O caso da capivara Filó repercutiu nestes últimos dias após o influenciador Agenor Tupinambá ser denunciado por suspeita de abuso.

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) solicitou que o animal fosse entregue às autoridades.

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Agenor viralizou nas redes sociais, em fevereiro deste ano, após mostrar sua rotina diária com a capivara Filó.

O influenciador foi denunciado por suspeita de abuso, maus-tratos e exploração animal, com prazo até 24 de abril para entregar a capivara.

Somente no dia 27 de abril o animal foi entregue às autoridades, iniciando um novo capítulo no caso da capivara do influenciador.

O animal foi conduzido pelo Ibama até um Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), onde foi examinada.

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No sábado (29), a deputada estadual Joana Darc (União Brasil-AM) afirmou que a capivara Filó estava sofrendo maus-tratos.

Segundo a parlamentar, o animal estava em um cativeiro, alocada em uma “gaiola”.

Caso da capivara Filó

Agenor, de 23 anos, mora em uma fazenda no interior do Amazonas, Autazes, a 111 km de Manaus.

O influenciador adotou Filó ainda filhote, após a mãe da capivara ter sido morta.

Após viralizar mostrando vídeos de sua rotina com Filó, a relação com o animal chamou a atenção das autoridades.

Agenor foi multado em mais de R$ 17 mil por suspeita de abuso, maus-tratos e exploração animal.

Influenciador leva capivara 'Filó' para ser entregue ao Ibama em Manaus. — Foto: Divulgação
Influenciador leva capivara ‘Filó’ para ser entregue ao Ibama em Manaus. — Foto: Divulgação/WhatsApp

O influenciador alegou às autoridades que não recebe lucros com seus conteúdos protagonizando com a capivara Filó.

Após os relatos da deputada, no último domingo (30), a Justiça Federal concedeu a guarda provisória de Filó ao jovem.

O juiz Márcio André Lopes Cavalcante afirmou, na decisão, que Agenor vive “em perfeita e respeitosa simbiose com a floresta e com os animais ali existentes”.

Por outro lado, o analista e fiscal do Ibama, Roberto Cabral, informou que outros animais teriam sido explorados e mortos.

Além disso, o técnico do Ibama destacou que Agenor não seria um “ribeirinho”.

Ibama

Conforme o advogado e consultor jurídico, Sergio Vieira, o Ibama ainda pode recorrer da decisão da guarda provisória a Agenor.

O advogado opina, por outro lado, que o ambiente em que Filó vive pode dificultar que o órgão consiga a anulação da decisão.

“Criar animais silvestres é crime e isso está muito bem estabelecido no inciso II, do artigo 29, da lei nº 9.605, proibindo a venda, exportação, aquisição e guarda em cativeiro ou transporte de ovos ou larvas de animais silvestres sem autorização”.

O especialista explica que “o que está a favor do influencer (…) é o fato de que vive em um ambiente rural, ribeirinho, próximo do habitat natural do animal”.

Por outra via, o advogado reconhece que a guarda é uma “flexibilização perigosa da lei, abrindo brechas para que outros casos, talvez mais graves, possam aparecer”.

*Sob supervisão de Francisco Santos