A Câmara Municipal de Manaus (CMM) informou, neste domingo (20), que vai iniciar o processo de cancelamento e devolução da Medalha de Ouro Alfredo Barbosa Filho concedida ao mestre de jiu-jítsu e investigador da Polícia Civil Raimundo Nonato Machado.

O servidor está envolvido na pancadaria promovida contra uma babá e no tiro que teve como vítima um advogado.

No sábado (19), a Justiça determinou a prisão de Raimundo Machado. O pedido de prisão foi protocolado pelo Ministério Público do Amazonas (MPAM).

O caso ocorreu na sexta-feira (18) em um condomínio na Av. Coronel Teixeira, Zona Oeste da capital.

O investigador incentivou a esposa dele a agredir uma trabalhadora e entregou a arma também utilizada nas agressões e que acabou sendo disparada.

O pedido de cancelamento da honraria é do vereador Allan Campelo (Podemos), propositor da entrega da homenagem concedida em 2021.

Assinada pelo vereador Caio André Pinheiro de Oliveira, presidente da CMM, a nota divulgada neste domingo diz ainda que o parlamento municipal, assim como os demais parlamentares que integram a 18ª Legislatura, “não compactua com comportamentos desta natureza e repudia todo e qualquer ato de violência”.

A Câmara Municipal manifesta solidariedade às vítimas dos atos de agressão.

Cena dos atos de violência que quase terminaram em tragédia - Foto: Reprodução/WathsApp
Cena dos atos de violência que quase terminaram em tragédia – Foto: Reprodução/WathsApp

O caso no condomínio

Uma babá, de 40 anos, foi agredida com vários socos e o advogado, Ygor de Menezes Colares, de 35 anos, baleado na perna no início da noite de sexta.

A agressão ocorreu por volta das 18h20 em um estacionamento do condomínio Life.

O tiro foi disparado pela mulher do policial civil. A arma era do servidor público e foi entregue por ele.

Prisão do investigador

O pedido de prisão foi protocolado pelo Ministério Público do Amazonas (MPAM), após identificar que no momento do flagrante “os procedimentos no âmbito da delegacia de polícia destoaram da realidade dos fatos”.

Para o órgão, não foram consideradas as lesões causadas por disparo de arma de fogo do policial. O juiz platonista Alcides Carvalho Vieira Filho decidiu pela prisão considerando a periculosidade do servidor.

“As provas juntadas aos autos são robustas e enriquecem os elementos probatórios, possibilitando a segregação cautelar, ante a periculosidade do autor, a necessidade de garantir a ordem pública, a aplicação da lei penal e por conveniência da instrução criminal, elementos de prova de autoria e materialidade do crime de tentativa de homicídio”, diz um trecho da decisão do juiz.

Veja o vídeo das agressões