A segunda fase da Operação Mandrágora, iniciada na última sexta-feira (7) em Manaus, capital do Amazonas, resultou na prisão de mais 5 indivíduos envolvidos na distribuição irregular de Ketamina, elevando o total de detidos para 10.

Desde o início da operação, desencadeada após o falecimento da ex-sinhazinha Djidja Cardoso, a Polícia Civil do estado tem cumprido mandados com o objetivo de desmantelar a quadrilha.

De acordo com o delegado encarregado das investigações, Cícero Túlio, os trabalhos estão em fase de coleta de evidências para fundamentar os casos, porém, preliminarmente, os suspeitos serão indiciados em 13 delitos.

A Polícia Civil de Manaus afirmou que encontrou frascos de outra droga veterinária
A Polícia Civil de Manaus afirmou que encontrou frascos de outra droga veterinária. Reprodução: X @metrópoles

Em coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira (10), Cícero também ressaltou que a investigação está em andamento para identificar outras pessoas que possam ter conexões com empresas fornecedoras da substância ilícita.

Todos os indivíduos detidos durante as duas fases da operação já passaram por audiência de custódia e agora estão sob a disposição da justiça para interrogatório, concluiu o delegado.

Caso Djidja: fases da operação

Primeira fase

Na primeira fase da operação, Ademar Farias Cardoso Neto, de 29 anos, irmão de Djidja, foi preso após ter contato com a Ketamina durante uma viagem a Londres. Ao retornar para Manaus, ele conheceu um casal que lhe apresentou o medicamento na forma em pó.

“A partir de então, ele e seus familiares começaram a fazer uma espécie de experimentação para descobrir qual seria a melhor forma de utilização, visando render mais aplicações e consumo.

Foi assim que chegaram à forma de aplicação subcutânea, que permite a injeção do medicamento diretamente no tecido que fica abaixo da camada superficial da pele (a derme) e acima do tecido muscular”, explicou o delegado.

Durante as investigações, foi constatado que Cleusimar Cardoso, de 53 anos, mãe de Djidja, além de usar a droga, começou a se envolver em práticas religiosas questionáveis, fazendo uma interpretação distorcida do livro “Cartas de Cristo” e realizando uma espécie de culto.

Eles passaram a recrutar outras pessoas, principalmente funcionários do salão de beleza da família, que também foram presos na operação: Verônica da Costa, Marlisson Dantas e Claudiele da Silva, funcionários de Djidja Cardoso.

Segunda fase

Na segunda fase da operação, a família Cardoso enfrentou dificuldades para comprar o medicamento e Bruno Roberto, ex-namorado de Djidja, teve acesso a Hatus Silveira, personal trainer da família, que trabalhava com fisiculturismo.

Eles viram nessa aproximação uma oportunidade de fazer uma ligação entre Hatus e as empresas veterinárias para obter a ketamina com mais facilidade. Todos acabaram se vinculando e entrando na seita religiosa, facilitando o acesso da família Cardoso às clínicas veterinárias.

José Máximo Silva de Oliveira, de 45 anos, proprietário de uma clínica veterinária, e dois funcionários do local identificados como Emicley Araújo Freitas Júnior e Sávio Soares Pereira também foram presos na segunda fase da Operação Mandrágora.

As investigações indicam que já havia sido feita uma alteração na Classificação Nacional das Atividades Econômicas (CNAE) da rede de salões de beleza da família Cardoso, com a intenção de abrir uma clínica veterinária para facilitar o acesso ao medicamento.

Com informações de CNN