Um dia após a prisão do suspeito de assassinar a servidora do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), Silvanilde Ferreira Veiga, de 58 anos, a advogada da filha da vítima revelou ao Portal Norte que avalia entrar com um processo contra o condomínio Gran Vista e a empresa de segurança Patrimônio.
A servidora foi assassinada no dia 21 de maio dentro do apartamento dela, na Zona Oeste de Manaus.
A advogada Talita Loureiro afirma que a filha de Silvanilde, Stephanie Veiga de Miranda, ainda está em choque e tentando se recompor.
Por conta disso, a situação envolvendo os problemas oriundos do assassinato ainda não foram conversados com Stephanie.
“Ainda é cedo pra dizer e a gente afirmar que ela irá ou não processar o condomínio, a empresa de segurança ou qualquer outra pessoa, mas existe essa possibilidade sim”, disse Talita.
A advogada diz que a cliente sequer voltou ao apartamento onde morava com a mãe e não conversou sobre o futuro dela e do imóvel.
“Hoje o apartamento se encontra lacrado porque, devido as investigações, ainda pode haver uma nova perícia. O apartamento se encontra fechado e da mesma forma do dia do fato. Ela não está no apartamento e nem em condição de decidir sobre isso [possível venda] no momento”, ressaltou.
Sobre a prisão do agente de portaria Caio Claudino de Souza, de 25 anos, a defesa diz que Sthefanie soube primeiro por meio da internet.
“A notícia veio primeiro através das mídias e logo após a polícia nos comunicou que o suspeito tinha sido detido. Nós [advogados] nos dirigimos até à Delegacia Especializada em Sequestro e Homicídos (Dehs) e colhemos mais informações. Após isso, nós fomos até o encontro dela [Stephanie] para explicar pessoalmente o que tinha acontecido”, afirmou.
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Talita Loureiro diz que além do luto pela perda brutal da mãe, a situação de Stephanie também é delicada por outro acontecimento.
A filha de Silvanilde teve que enfrentar um verdadeiro julgamento da opinião pública nas redes sociais.
“Devido a todos os julgamentos e tudo que ela ainda está passando, ela ainda está vivendo um momento de inferno. Além de não ter condições de poder sofrer e de viver esse luto, ela ainda tinha a preocupação com a segurança e diversas questões que ela não devia se preoculpar nesse momento”, declarou a advogada.
Stephanie Veiga é nutricionista e, segundo Talita, uma profissional em ascensão mas que está bastante prejudicada por tudo o que aconteceu.
“Devido a todos os acontecimentos, a vida da Stephanie parou. Ela é nutricionista. Antes dos fatos, ela estava em uma carreira em ascensão com diversos atendimentos, diversas viagens, porque ela não só atendia pacientes aqui em Manaus, mas também em outros estados. Os prejuízos foram gigantescos, principalmente os prejuízos profissionais por toda as matérias tendenciosas, de julgamentos que foram divulgados, que abalam também a imagem dela”, afirmou.
Talita Loureiro acredita que o crime está elucidado. Ela não tem dúvida que o assassinato ocorreu por uma oportunidade que o suspeito teve no dia.
“O autor do delito não tinha como ele saber que seria enviado até esse condomínio. Ele foi chamado de última hora, através do supervisor, para dar apoio por diversos eventos que estavam acontecendo no condomínio. Infelizmente, apesar de estar no conforto do seu lar, a vítima estava no lugar errado, na hora errada. O agressor estava em efeito de drogas e viu uma oportunidade. Não há mais o que se investigar”, concluiu.
A defesa deve se habilitar nos autos como assistente de acusação. A advogada informou que vai acompanhar o processo até o final, em todas as instâncias jurídicas.
Condomínio
O Condomínio Gran Vista emitiu nota sobre a prisão do suspeito pelo assassinato ocorrido em um apartamento do local.
Conforme a nota, o suspeito é funcionário da empresa de segurança privada e razão social ALM Melo e nome fantasia Patrimônio.
Ela é terceirizada e contratada pelo condomínio para garantir a segurança dos moradores.
A nota também diz que o condomínio está colaborando com todos os recursos e meios necessários para rápida e precisa elucidação do crime, e reforça o apoio e solidariedade aos familiares e amigos de Silvanilde.
Aos condôminos, a administração do prédio reforçou que, na pessoa de seu síndico, subsíndicos, conselheiros e funcionários, está atenta às providências que se fizerem necessárias no momento difícil e disponível.
Patrimônio
A empresa Patrimônio Segurança Eletrônica, a qual o suspeito pertence ao quadro de funcionários, disse que está colaborando com a investigação.
Em nota, a empresa informou que todas as imagens foram repassadas para a polícia e que o funcionário Caio de Souza nunca havia apresentado anomalia durante o serviço.
A Patrimônio conclui a nota informando que “presta serviço de extrema qualidade e segurança a seus clientes e parceiros”.
Veja à íntegra da entrevista com a advogada
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