A Confederação Brasileira do Futebol (CBF) decidiu adotar punições para casos de racismo em todas as competições nacionais.

A decisão foi anunciada nesta terça-feira (14), durante a reunião do Conselho Técnico do Brasileirão, realizada na sede da confederação, localizada na Barra da Tijuca, no Rio.

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A reunião com o conselho durou cerca de quatro horas e contemplou outras pautas, como o aumento do número de jogadores estrangeiros e a redução do número de clubes rebaixados.

Com receio de haver resistência por parte dos clubes, a CBF optou por não colocar o caso em votação com outras pautas e instituiu as punições e bateu o martelo sobre o assunto.

“A luta contra o racismo tem pressa. (…) Decidimos avançar ainda mais nas punições e podemos tirar até um ponto de um clube em uma de nossas competições”, declarou o presidente da entidade, Ednaldo Rodrigues.

O novo regulamento geral de competições de 2023 será publicado já com a inclusão da medida.

Novas regras

Pela determinação, ficou decidido que o clube será punido com multa no primeiro caso de racismo. O valor ainda será divulgado.

Já no segundo caso, o clube perde o mando de campo ou vai jogar com portões fechados. E, caso de uma terceira reincidência, haverá a perda de pontos.

Foi o próprio presidente da entidade, Ednaldo Rodrigues, quem sugeriu a perda de pontos. Ele considera a punição esportiva como importante na conscientização de todos os envolvidos no futebol.

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Punições por racismo

Apesar de mencionar o racismo como um tipo de violência, o atual Regulamento Geral de Competições da CBF não previa uma penalização específica para esses casos. Um dos trechos diz:

“As competições nacionais oficiais do futebol brasileiro exigem de todos os intervenientes colaborar de forma a prevenir comportamentos antidesportivos, bem como violência, dopagem, corrupção, manifestações político-religiosas, racismo, xenofobia ou qualquer outra forma de discriminação”.

O texto atualizado ficou assim:

“Considera-se de extrema gravidade a infração de cunho discriminatório praticada por dirigentes, representantes e profissionais dos Clubes, atletas, técnicos, membros de Comissão Técnica, torcedores e equipes de arbitragem em competições coordenadas pela CBF”.

Mais mudanças

Também nesta terça (14), representantes de todos os clubes da Série A aprovaram por unanimidade o aumento jogadores estrangeiros a serem relacionados por partida.

A mudança vai possibilitar que sete jogadores – em vez de cinco, como era antes – poderão ser listados.

Com oito atletas de outras naconalidades, o São Paulo foi um dos que encabeçou o movimento para a alteração no regulamento.

Rebaixamento permanece o mesmo em 2023

A CBF optou por adiar a discussão sobre a quantidadede rebaixados da Série A para a Série B do Brasileirão.

Desta forma, o número de rebaixados para este ano, quatro ao todo, está mantido.

A justificativa da entidade é que a alteração afetaria diretamente as outras divisões, além comprometer direitos adquiridos, já que não houve discussão anterior do assunto.

“Não podemos ir para uma competição que inicia hoje com o regulamento, onde os clubes rebaixados em 2022, sabendo que teriam condições de subir quatro, e depois de última hora serem três”, explicou Ednaldo Rodrigues.

A possibilidade de mudança não foi bem vista por quem vai disputar a Segundona em 2023.

Os 20 clubes da Série B divulgaram uma carta na qual se posicionaram contra a mudança, alegando que a mudança impactaria na redução do número de vagas na primeira divisão.