O acervo de microrganismos do Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA) passa por um processo de revitalização e modernização por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam).

A coleção comporta mais de 2,5 mil espécies, dentre fungos, bactérias e actinomicetos, armazenadas no Laboratório de Microbiologia do CBA.

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A maior parte do acervo são endofíticos, isolados a partir de plantas amazônicas como o guaraná, cupuaçu, dendê, seringueira, tucumã, pau-rosa, copaíba, andiroba.

Além dos fungos endofíticos, há ainda os isolados de solo como fungos filamentosos e actinomicetos do gênero Streptomyces, de reconhecida importância industrial devido ao seu amplo potencial biotecnológico, principalmente na produção de antibióticos.

Segundo a coordenadora do projeto, a doutora em Biotecnologia, Ingrid Reis, o trabalho busca o desenvolvimento e implantação de um sistema de armazenamento eletrônico.

A plataforma irá integrar as informações sobre a procedência das espécies abrigadas na coleção, disponibilizando dados acerca das características morfológicas, além das potencialidades biotecnológicas.

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“A partir desse sistema será criado também um catálogo ilustrado com fotografias, associando as principais características morfológicas e biotecnológicas das linhagens da coleção. A expectativa é tornar esse catálogo disponível ao público interessado na utilização desses microrganismos seja para o setor industrial, ou para novas pesquisas em benefício da sociedade”, explica.

Ingrid destaca que as coleções microbiológicas têm como principal função a aquisição, preservação, identificação, catalogação e distribuição de microrganismos autenticados para dar suporte à pesquisa científica, estudos epidemiológicos, bem como ao desenvolvimento e produção de produtos e processos tecnológicos.

Na área ambiental, os microrganismos também podem ser utilizados no tratamento de efluentes, assim como na biorremediação de substâncias tóxicas como petróleo e seus derivados.

Microbiota

Com a implantação do sistema no CBA, a pesquisadora enfatiza que o Centro se torna referência e provedor de informações e serviços especializados a respeito dessa microbiota altamente especializada, com maior confiabilidade na distribuição de acessos autenticados e maior rastreabilidade dos serviços prestados.

“A obtenção de uma coleção de microrganismos oriundos da Amazônia, sem dúvida é uma grande potencialidade biotecnológica, que além de contribuir para o desenvolvimento científico da região pode gerar tecnologias nas diversas áreas como saúde, agricultura e meio ambiente”, enfatiza.

Início do Acervo

O  isolamento dos microrganismos da coleção microbiológica iniciou no ano de 2005. Atualmente, a equipe é formada por seis profissionais, entre doutores, mestres, especialistas e estudantes de graduação.

O projeto é realizado em parceria com a Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e Universidade Federal do Acre (Ufac) para o intercâmbio de amostras altamente caracterizadas.

“O apoio da Fapeam tem sido primordial para a manutenção desse patrimônio genético, e para a continuidade das pesquisas em andamento e o desenvolvimento de produtos e processos que beneficiem a sociedade em geral”, disse a pesquisadora a respeito do apoio da Fundação.

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