Nesta segunda-feira (26), primeiro dia de julgamento do caso da Chacina do Compaj (2002), foram ouvidas as testemunhas arroladas para esse júri: cinco de acusação e três de defesa.

Os trabalhos foram encerrados pouco depois das 19h e serão retomados nesta terça (27) com o interrogatório dos réus.

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São julgados Gelson Lima Carnaúba, Marcos Paulo da Cruz e Francisco Álvaro Pereira.

O trio é acusado de participar da rebelião que ocorreu no Complexo Penitenciário Anísio Jobim rebelião e resultou na morte de 11 detentos e um agente penitenciário. 

O caso aconteceu no dia 25 de maio de 2002. Carnaúba, também conhecido como ‘Mano G’, é apontado pela polícia como líder de uma facção criminosa no Amazonas. 

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Resumo 

A sessão, que estava marcada para iniciar por volta das 9h, começou com atraso devido à análise dos pleitos da defesa, que pedia o adiamento do Júri alegando, entre outros fatores, a ausência de sinal de internet para o depoimento do acusado Gelson Carnaúba – que participa do julgamento por videoconferência.

A defesa também pedia o adiamento devido a utilização de reprodução do áudio de Elgo Jobel Fernandes Guerreiro, testemunha de acusação já falecida.

Nesse depoimento, reproduzido de 11h25 até 13h, Elgo Jobel assumiu ter sido integrante de uma facção de crime organizado e, na época, era de regime semiaberto, contou que “Carnaúba era o comandante-geral do presídio e que mandava em tudo, além de usar armas e vender drogas na cadeia”.

Na gravação, a testemunha também falou que tinha “medo de morrer” e que era “ameaçado por Carnaúba”. 

No total, o Ministério Público arrolou cinco testemunhas de acusação e a defesa, três.

O primeiro intervalo foi dado por volta das 15h10, já com o depoimento de duas testemunhas.

Carnaúba participou do julgamento por meio virtual, a partir do presídio federal de Campo Grande (MS), os outros dois réus, Marcos Paulo da Cruz e Francisco Álvaro Pereira – que respondem às ações penais em liberdade -, estiveram presentes no julgamento, no Fórum Henoch Reis.

Foto: Raphael Alves/TJAM – Apontado como líder de facção que comandada presídio, Mano G, participa do julmaneto de forma virtual

Ainda no período da tarde, foram ouvidas mais três testemunhas da acusação e, na sequência, as três de defesa.

A primeira testemunha arrolada pela defesa foi o interno do Compaj Edilson Gomes da Silva, que começou a ser ouvido às 16h32 e reconheceu os acusados tanto por vídeo quanto no plenário.

O mesmo disse que “nunca ouviu” falar que Gelson Carnaúba seria líder ou o “xerife” dentro da unidade prisional.

Ele garantiu ter visto pessoas com capuzes no interior do presídio no dia das mortes. O depoimento durou até 17h26.

As outras duas testemunhas da defesa também eram internos de unidades prisionais. 

O Ministério Público do Estado do Amazonas (MPE/AM) é representado pelos promotores de Justiça Igor José Augusto Palheta Taveira e Lilian Nara Pinheiro.


A sessão do Júri está sendo presidida pelo juiz de Direito Rosberg de Souza Crozara.