O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid comparece à sede da Polícia Federal às 10h desta segunda-feira (28) para prestar um novo depoimento. O interrogatório do ex-ajudante de ordens é mais uma vez no âmbito do inquérito que investiga as atividades do hacker Walter Delgatti Neto, detido por ter invadido os sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Cid já havia iniciado o depoimento na última sexta-feira (25), mas só depôs por cerca de duas horas. O depoimento sofreu atrasos, em razão de problemas técnicos.

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Durante a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) de 8 de janeiro, Delgatti declarou que teve um encontro com Bolsonaro no Palácio da Alvorada em agosto de 2022. Ele relatou que ambos discutiram a possibilidade de invasão das urnas eletrônicas

Durante a última semana, Cid foi até a CPI da Câmara Legislativa do DF, que investiga os atos golpistas de 8 de Janeiro, mas não respondeu às perguntas dos parlamentares.

A deputada federal Carla Zambelli (PL) também está sob investigação sobre a invasão feita pelo hacker. A PF apura se Cid, como auxiliar de confiança de Bolsonaro, estava presente no encontro, se teria testemunhado a reunião entre Bolsonaro e Delgatti e possivelmente facilitado a realização de encontros de Delgatti com representantes do Ministério da Defesa.

Visitas a Mauro Cid

Pelo menos cinco pessoas investigadas em inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF) visitaram o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro,Mauro Cid, que esta preso desde maio.

O tenente-coronel também se encontrou com outros suspeitos de terem participado do suposto esquema de venda de joias recebidas pelo ex-presidente.

O pai, Mauro Lourena Cid, e o também ex-assessor de Bolsonaro Osmar Crivelatti são investigados pela Polícia Federal (PF) pela participação no caso das joias.

Além deles, o primeiro-tenente do Exército Adriano Alves Teperino, também ex-ajudante de ordens de Bolsonaro esta na lista de visitas de Cid. Ele teve a quebra de sigilos solicitada pela CPMI do 8 de Janeiro depois de aparecer em relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) sobre Mauro Cid.

Ambos teriam recebido transferências suspeitas de dinheiro de um ourives de Goiás em 2022. Um dos depósitos teria passado dos R$ 20 mil. A PF investiga se há relação entre as transações e a venda de joias de Bolsonaro.

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Além deles, Mauro Cid recebeu o coronel Jean Lawand Júnior. O militar é apontado como articulador de um suposto plano golpista no final do governo Bolsonaro. Mensagens de teor antidemocrático entre ele e Mauro Cid foram interceptadas pela PF. Lawand prestou depoimento sobre essas mensagens na CPMI do 8 de Janeiro.

Outro que já foi convocado a depor na CPMI e esteve com Mauro Cid foi o general Júlio César Arruda. Ele comandava o Exército Brasileiro na ocasião das invasões aos Três Poderes.