Comecemos por um exemplo simples: em Parintins, Brena Dianná, do partido União Brasil, apoiada pelo governador Wilson Lima, também é apoiada pelo PT, do presidente Lula, mas, isso pode mudar, já que Marcelo Ramos também do PT foi para a ilha encabeçar força a pré-campanha de Mateus, que tem o apoio de Bi Garcia e de Omar Aziz.
Se a ideologia definisse o caminho dos partidos políticos, uma coalizão com UB e PT não seria viável, entretanto, como a ideologia não é o fator definitivo, Parintins é apenas um exemplo do que acontece e acontecerá nos 62 municípios do Estado nesse pleito Municipal de 2024.
Em 2022, o presidente Lula teve 82,56% dos votos em Parintins; qual político deste município não iria querer um apoio desse peso eleitoral? Só quem não quer ganhar a eleição. Então pergunto: é a ideologia que define o processo das articulações? Evidente que não.
No Amazonas, essa questão de direita e esquerda nunca definiu os acordos políticos, e quem insiste nisso está completamente desconectado da realidade. Vamos para outro exemplo. Aqui no Amazonas, o PSB do vice-presidente Geraldo Alckmin, é comandado pelo ex-deputado Serafim Corrêa, que é simplesmente secretário do governador de “direita” Wilson Lima (UB).
Como alguém explica isso do ponto de vista ideológico?
E mais, aqui, o PSB, por consequência, está apoiando Roberto Cidade (UB) e não Marcelo Ramos (PT), até o momento!!! Voltando a Ilha Tupinabarana; Alberto Neto (PL) vai apoiar Mateus Assayag (PSD), que tem no palanque os apoios dos senadores Eduardo Braga (MDB) e Omar Aziz (PSD); algo que seria um tanto incoerente não acham?
Entretanto, se ele optasse por Brena Dianná (UB), ele estaria com a candidata do Lula e de Sinésio! Seria pior? Sim, mas, Alberto Neto não contava que Marcelo Ramos passou para o lado de cá, com Bolsonaro e Lula no mesmo balaio de Mateus.
A explicação desse fenômeno está no fato da política amazonense se organizar por grupos políticos e não por ideologia; como os partidos se aliançam, é uma consequência dos direcionamentos desses grupos.
Em suma, voltando a Parintins, ninguém está preocupado se Brena Dianná e Matheus Assayag são de direita ou esquerda, isso nunca importou, e não definirá a eleição naquele município, mas, isso pode mudar radicalmente o cenário em 2026, logo, o próximo prefeito de Parintins por exemplo, pode ditar os acordos nacionais, onde aí sim, a polarização, é inevitável, no entanto, conveniência é mais suscetível do ser de direita ou de esquerda, senhores.
A disputa em Parintins será entre o grupo do governador Wilson Lima e o grupo dos senadores Eduardo Braga e Omar Aziz. É disso que se trata. O atual prefeito, Bi Garcia, é um histórico aliado dos dois senadores, e é questão de importância manter Parintins nesta articulação.
Do mesmo modo, é questão de honra para o grupo de Wilson Lima tomar Parintins para si, já que pensa no Senado em 2026. Não tem a ver com o partido e muito menos com ideologia. Tem a ver com estratégia e disputas por espaço político.
Essa é a régua!!!
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