A recente polêmica envolvendo uma mãe que tentou, por meio de constrangimento, obrigar uma passageira da Gol a ceder seu assento para satisfazer o desejo do filho ilustra um problema profundo: a educação falha e permissiva que forma adultos egocêntricos e despreparados para a vida em sociedade.


Embora muitos tenham defendido o direito da passageira em não ceder, pouco se discutiu sobre a raiz da questão: a incapacidade de certos pais em ensinar limites e respeito ao próximo.

Em vez de preparar seus filhos para lidar com frustrações, essas atitudes reforçam comportamentos que bloqueiam o desenvolvimento da empatia e do senso de coletividade.
Gravando tudo com arrogância, a mãe invadiu a privacidade da jovem passageira sem qualquer consequência.

O comandante da aeronave, que deveria zelar pela ordem e evitar que o episódio escalasse, permaneceu omisso, sinalizando uma falha institucional no trato de situações conflituosas em espaços públicos. Esse episódio transcende o âmbito familiar e revela uma sociedade que perde sua bússola moral.


Filhos mimados de hoje tornam-se adultos que exigem tudo o que desejam, mesmo que não tenham direito ou merecimento. Essa dinâmica reflete uma cultura de permissividade que já apresenta efeitos devastadores no cenário político nacional, onde líderes agem com a mesma postura belicosa, impondo suas vontades sob pretextos democráticos ou reinterpretando as normas ao seu bel-prazer.


O problema não é apenas o comportamento de crianças e adolescentes, mas a negligência de pais que criam indivíduos despreparados para os desafios da coletividade.


A grande questão que fica é: estamos moldando cidadãos aptos a construir um Brasil mais justo e equilibrado ou contribuindo para uma geração à deriva, refém de seus próprios caprichos?