A eleição de outubro em Manaus apresenta dois caminhos distintos para a direita. De um lado, Alberto Neto, do PL, tem o respaldo de figuras como Alfredo Nascimento e Waldemar Costa Neto. Do outro, Roberto Cidade, do União Brasil, e seu vice, Coronel Menezes (PP), cuja indicação passou pelo crivo de Jair Bolsonaro em discussões discretas com o governador Wilson Lima.

Obviamente, ambos negam qualquer envolvimento direto, um comportamento típico no cenário político onde estratégias e alianças são frequentemente ocultados nos bastidores para não entregar o ouro para o inimigo.

A falta de entusiasmo de Bolsonaro em relação a Alberto Neto e a subsequente escolha de Maria do Carmo Seffair como vice demonstram uma preferência pessoal do ex-presidente por outras opções, mesmo que tenha aceitado as decisões do partido.

A transição de Menezes do PL para o PP foi uma jogada estratégica habilidosa, consolidada pelo governador Wilson Lima como parte de um plano de poder. Esse movimento, um tanto fora das normas convencionais, será esclarecido durante a convenção do PL.

Especula-se que Bolsonaro poderá não comparecerá ao evento e, no máximo, enviará uma gravação. A expectativa é que as pesquisas mostrem uma possível disputa no segundo turno entre Cidade e o atual prefeito David Almeida.

Essa divisão na direita é clara. Como afirmou Menezes ao ser anunciado como vice de Cidade, a direita não é apenas um partido, mas “uma ideia”, um reflexo de sua lealdade a Bolsonaro.