Neste domingo último domingo dia 15, assistimos uma das cenas mais deprimentes da política brasileira no debate promovido pela TV Cultura com os candidatos à prefeitura de São Paulo.

Depois de ser seguidamente provocado, José Luiz Datena (PSDB) acertou Pablo Marçal (PTB) com uma cadeira. Datena foi expulso e Marçal deixou o evento.

O debate entre candidatos à prefeitura de São Paulo, transmitido pela TV Cultura, revelou o que muitos já temiam: a campanha eleitoral se transformou em um verdadeiro show de horrores. A agressão física de José Luiz Datena contra Pablo Marçal foi um ápice deprimente, mas longe de ser uma surpresa.

O que deveria ser um espaço para apresentação de propostas e discussão de ideias se tornou um campo de batalhas pessoais, recheado de ataques e provocações. A cena protagonizada por Datena ao arremessar uma cadeira em Marçal expõe o estado crítico em que se encontra a política na maior cidade do país.

Não é apenas a agressão física que choca, mas o fato de que os candidatos estão mais preocupados em desqualificar seus adversários do que em discutir soluções para os problemas reais da cidade.

O comportamento provocador de Marçal, alimentado por fake news e provocações, contribui para o caos, mas os demais candidatos também não estão isentos de culpa.

Propostas ficam em segundo plano após cena de Datena e Marçal

Com índices de rejeição alarmantes, como os 44% de Marçal e 37% de Guilherme Boulos, os principais candidatos seguem incapazes de elevar o nível da campanha. Ao invés de discutir propostas concretas, como Tabata Amaral e Marina Helena tentaram fazer, a atenção se volta para a baixaria que tem dominado os debates.

A troca de farpas entre Nunes e Boulos, líderes nas pesquisas, exemplifica como a política em São Paulo tem se reduzido a insultos pessoais e ataques gratuitos.

A pergunta que fica é: para onde essa política desqualificada está levando o eleitor? A campanha que deveria ser uma oportunidade para discutir o futuro da maior metrópole da América Latina está empurrando os cidadãos para um cenário de incerteza e desilusão.

Enquanto isso, os candidatos transformam o debate público em um espetáculo de imaturidade e agressão, desviando o foco do que realmente importa: soluções reais para os problemas de São Paulo.

Se o cenário atual persistir, o futuro da cidade estará nas mãos de políticos que parecem mais preocupados em protagonizar cenas lamentáveis do que em governar com responsabilidade e respeito ao eleitorado.

Se Marçal é o elemento que provoca, desrespeita, desvirtua a democracia, os outros também não estão respeitando o eleitor e agindo com o mínimo de maturidade. Afinal, são todos adultos.