1 – O ano eleitoral já é realidade entre os vereadores da CMM. Fala de Marcel Alexandre do Avante é tida como “extremista” nos bastidores.
O vereador Marcel Alexandre, líder do Avante na CMM, se mostrou incomodado com a petição de Rodrigo Guedes sobre o requerimento pedido explicações do executivo municipal sobre o não comparecimento na cerimônia de “união estável/casamento” LGBTQIA+ promovida pela OAB-AM. Aliás, não é a primeira vez que o vereador de bandeira “conservadora”, evangélico de formação, se choca nos bastidores destravando em plenário uma tensão com as ideias progressistas do oposicionista Rodrigo Guedes. Claro, o vereador Marcel pega pesado quando transforma seu discurso político apenas em aceno para uma “bolha eleitoral”, ainda mais sabendo que o Estado é Laico, ou seja, independente das bandeiras ideológicas em questão, o espaço público deve ser aberto a todos os cidadãos e contribuintes do Estado, independentes se são partidários de minhas convicções ou não. O que o opositor requeria era apenas uma explicação, mas o documento foi derrubado.
Todavia, essa briga por espaço e acenos eleitorais é antiga. O próprio capitão Carpê, que é de premissa conservadora, votou a favor do requerimento explicativo de Guedes. Aliás, dar uma satisfação plausível é tarefa de todo e qualquer gestor público. “Extremismos”, seja de um lado ou de outro, devem ser mitigados. Mas o que está por trás? Os vereadores sabendo da berlinda em que estão, já estão em franca campanha faz tempo, e precisam desesperadamente acenar para suas bases e nichos eleitorais. Afinal, o aviso de uma possível renovação de 50% da casa, não é para se levar a pagode. O fogo amigo é real na CMM! E eles sabem disso!!!
2 – Por falar em bastidores da direita amazonense: Após ter projeto vetado pelo governador, Débora Menezes consegue apoio para projeto que inibe veicular músicas estimulando violência contra as mulheres.
Em carona pela tangente da falta de coerência ideológica de parlamentares, que muitas vezes esquecem que legislar não é para si ou para um grupinho seleto, e sim para todos os cidadãos, a deputada Débora Menezes parece ter assimilado o recado nos bastidores, após ter o seu projeto de lei que visava coibir atos de sátiras aos cristãos vetado pelo governador. O baque foi sentido indiretamente, visto como um recado de que seus projetos precisam trazer um cunho mais holístico, mesmo acenando para o lado mais bolsonarista de direita, foco de sua base política eleitoral.
Agora, a deputada conseguiu emplacar um PL em trâmite que em resumo inibe qualquer veiculação musical que estimule em seu conteúdo violência contra a mulher, ainda mais acenando para uma importante conquista social que é a Lei Maria da Penha e o rigor contra os crimes de feminicídio. O projeto nos bastidores da ALEAM foi muito bem elogiado pelos pares, e diferente da tensão em que passou no projeto vetado, nesse, ela parece ter entendido a mensagem. Veja como é importante mesmo que em um ano pré-eleitoral, não apenas se prender a “bolhas políticas”, mas acenar positivamente para um seguimento perseguido por um machismo estrutural, e que tem muitas mulheres que são partidárias da linha da deputada, vítimas de violência nesse processo. A política também é uma escola, quando se quer aprender!
3 – “Nada de Novo… Fala de Romeu Zema já dá trabalho ao partido Novo no AM. Tem até “bolsonarista raíz” que achou “ratada” o que fez o governador de Minas Gerais.
Pelo visto a nova direção do partido Novo, que veio com tudo para emplacar uma renovação política no Amazonas, terá trabalho para conter a rejeição que parte da classe política local enviesou graças ao discurso retrógrado, insipiente e preconceituoso de Romeu Zema que prega uma visão separatista entre o Norte/Nordeste, Sul/Sudeste que pegou tão mal, que até bolsonaristas raízes no AM acharam que ele deu um tiro no pé.
Ao fazer campanha antecipada pela sucessão de Bolsonaro, Zema ao invés de inovar como o seu partido se chama “Novo”, retrocedeu à “idade das trevas da política”, e, no AM, ajudou que a sigla capitaneada por Maria do Carmo entrasse na operação abafa, afirmando que o governador mineiro se excedeu, e que isso não é a diretriz por aqui.
Deu ruim, já que a fala de Zema fez emergir declarações de toda a classe política local e de quebra enfraqueceu a procura por filiações à sigla laranja, já que muitos não querem o “fogo amigo” a um ano das eleições municipais. Se ser do Novo é ter ideias antigas, então já entrou com o pé esquerdo na tentativa de abocanhar partidos como o PL e o Republicanos que ainda por aqui, detém o maior quórum de figurões ligados ao bolsonarismo no Estado. Zema se ficar em silêncio ajudará mais, não é mesmo?