Enquanto Antônio Denarium for governador de Roraima e Miramilton Souza, comandante da Polícia Militar, o garimpo ilegal e consequentemente, os tráficos de drogas e armas continuarão na reserva indígena Yanomami. Essa é a conclusão que se chega depois que um grupo de indígenas acompanhados pelo líder yanomami Davi Kopenawa, relatou, ontem, os problemas que enfrentam ao ministro Alexandre Padilha, das Relações Institucionais.

Denarium é publicamente a favor do garimpo, tanto que aprovou uma lei que permitia a exploração em áreas próximas à reserva indígena, o que foi visto como apoio disfarçado ao garimpo ilegal, ainda mais quando se sabe que a Polícia Militar não atua na fiscalização e policiamento de nada naquela região.

Aliás, a PM não policia, não realiza operações de combate ao garimpo criminoso com operações do tipo de identificação e desmonte de pistas clandestinas onde aviões decolam levando garimpeiros, drogas e armas. São mais de 10 pistas que todo comércio de Boa Vista que atende a demanda do garimpo, e pessoas ligadas ao mercado de aluguel de aeronaves, sabem.

E se tanta gente sabe disso, como é que a Polícia Militar e seu serviço de inteligência e informação, não sabe?

Talvez “não saiba” pelo motivo apontado pela Polícia Federal: o de que um dos principais traficantes de armas no estado é o próprio comandante da PM, Miramilton Souza, que, apesar de ser investigado pela PF, é mantido intocável no cargo por Denarium, apoiador declarado da exploração garimpeira.

Daí, o fim do garimpo em terras indígenas e em áreas de proteção ambiental de Roraima só ocorrer quando se mudar o governador e o chefe da PM.