A saúde pública em Roraima é caótica e deficiente a ponto de Antônio Denarium manter por mais de três anos, uma maternidade de lona que quebrou todos os recordes de mortes de bêbes – mais 300 de um ano para cá -.
Diante dessa realidade, saúde pública deveria ser bandeira prioritária de quem é médico e prometeu cuidar da vida das pessoas no Senado, como Hiran Gonçalves, que foi eleito com essa promessa.
Mas o que se viu segunda-feira, 18, em votação que determinava que 50% das emendas de comissões parlamentares fossem destinados para a saúde de crianças, adultos e idosos, foi Hiran incorporar o espírito de Pôncio Pilatos, romano que governava a Judéia, e que, diante do julgamento de Jesus, lavou as mãos deixando que uma claque de Caifás decidisse a crucifição do “filho de Deus”.
Hiran, chamado de “Lord Hiran” no meio político, estava presente à votação desse destaque, se absteve, não votou nem a favor e nem contra. Se fez de desentendido sobre um assunto de importância vital para milhares de pessoas em Roraima. Foi partidário de seus colegas de parlamento que querem gastar dinheiro público, preferencialmente, em obras que dão mais lucros de todos os modos, e não na saúde de eleitores.
Os outros dois senadores de Roraima, Chico Rodrigues – aquele flagrado pela PF com a cueca atolada de dinheiro suspeito – e Mecias de Jesus votaram junto com o colegiado. Mas eles, ao contrário de Lord Hiran, não são médicos. São políticos de carreria.
Lord, além de médico, ganha milhões de reais em contratos com o governo de Denarium com sua clínica oftalmológica – coisa para mais de R$ 20 milhões -, o que, em tese, justificaria que ele enche os bolsos com a demanda de doentes que procuram sua clínica via indicações da Sesau.
O que, em tese, demonstra que Lord Hiran, não está muito preocupado com a saúde de quem votou nele, e muito menos, na de quem não votou. Simplesmente, ele lava as mãos.