Como nunca antes visto, a política do “pão e circo” se tornou espécie de regra de qualquer gestão pública em Roraima. Doa-se cestas básicas para os eleitores carentes (o pão) e proporciona-lhes a diversão em forma de shows musicais e festas (o circo). E isso, não é só nas prefeituras interioranas. Arthur Henrique gasta muito do cofre da Prefeitura de Boa Vista, e empresas de fora faturam alto com os tais eventos culturais e atrações musicais, e mais os enfeites de Natal que podem ser os mais caros do país.
O problema é que, tanto Arthur como os prefeitos do interior, não são muito chegados a prestarem contas devidamente explicadas em seus respectivos portais da Transparência. Arthur, por exemplo, também, não é dado a informar detalhadamente sobre contratos, custos e dados de atendimentos e fornecimentos, como é o caso do misterioso contrato com o instituto Rovena. Arthur, porém, conta com parceria de todos os vereadores.
Agora, é o município do Cantá que prioriza muito circo com a Festa do Abacaxi, com a prefeitura disposta a gastar quase R$ 1 milhão com dois forrozeiros famosos. Enquanto isso, pais de alunos e professores denunciam a precariedade na infraestrutura das escolas, que precisam de recursos para reforma, e para que seus filhos estudem com segurança de que uma parede ou o teto não vão cair sobre eles.
Porém, todo esses descasos ocorrem porque o povo é que escolhe seu representante. É o eleitor que reelegeu a maioria dos prefeitos que gastou dinheiro a rodo em festas, e governou deixando vicinais esburacadas, alunos sem transporte para as aulas, escolas abandonadas, ruas escuras e mal pavimentadas, o mato em vários pontos das cidades, o lixo acumulado e outros desleixos.
Essa é a realidade: se existe a política do pão e circo, é porque tem quem se satisfaz com uma coisa e outra.