O professor Gedeão Amorim, ex-secretário de Educação do Amazonas (Seduc-AM) em vários governos, está cotado, segundo informações de fontes próximas, para substituir de modo imediato a secretária, Dulce Almeida, irmã do prefeito David Almeida, na Secretaria Municipal de Educação (Semed).

David Almeida já anunciou a saída de sua irmã da Semed para coordenar sua campanha à reeleição. Gedeão atuou como titular da Seduc (Secretaria de Educação). Até 2022, Gedeão era filiado ao MDB, e deixou a sigla para se filiar ao Avante, comandado por David Almeida.

Gedeão é sogro do vice-governador do Amazonas, Tadeu de Souza, nome indicado pelo prefeito David Almeida para compor a chapa majoritária ao governo do Estado junto com Wilson Lima.

Além das ligações políticas e familiares com o vice-governador Tadeu de Souza, Gedeão Amorim já foi multado pelo Tribunal de Contas do Amazonas (TCE-AM), por irregularidades no repasse de recursos financeiros para despesas em serviços de transporte escolar da Prefeitura do Careiro Castanho em 2006.

Escândalos

Ele também já foi condenado a mais de 7 anos de prisão em regime semiaberto, por crime contra a administração pública, após realizar ilegalmente uma dispensa de licitação de serviços de transporte escolar nos municípios de Manacapuru e Iranduba, em 2012. 

Conforme previsto, Dulce irá coordenar a campanha de reeleição do atual prefeito. Ainda conforme as informações, a confirmação de que Gedeão Amorim assumirá no lugar de Dulce, se reforça nas constantes presenças, com certa frequência, nos eventos da Semed.

O histórico do novo gestor e cheio de escândalos e controvérsias, após o Ministério Público Federal (MPF), denunciar Gedeão Amorim, pelo crime de dispensa ilegal de licitação na contratação de serviços de transporte escolar nos municípios de Manacapuru e Iranduba, durante os meses de fevereiro e maio de 2012.

Na época, a Justiça Federal condenou em 2019, o ex-secretário da Seduc-AM a sete anos e sete meses de prisão em regime semiaberto e ao pagamento de multa no valor de R$ 37.248,04. 

A condenação também previa que ele não poderia exercer cargo ou função pública pelo prazo de cinco anos, período que acaba exatamente neste ano de 2024. 

Gedeão Amorim também já foi condenado pelo Tribunal de Contas do Amazonas (TCE- AM), com multa de R$ 710 mil, referente a irregularidades em um convênio firmado em 2006 entre a Seduc e a Prefeitura do Careiro Castanho, durante a gestão de Hamilton Villar.

O convênio tinha o objetivo de repassar recursos financeiros aos serviços de transporte escolar no município.

No entanto, além do atraso na prestação de contas pela gestão do prefeito à Corte de Contas, a execução do serviço contratado não foi comprovada com fotos, documentos, ou quaisquer outros objetos comprobatórios. 

Vida política

Além disso, Gedeão Amorim já foi deputado federal pelo Amazonas após substituir Sabino Castelo Branco, que se afastou do cargo para tratamento de saúde em 2017 e também já foi vereador em Manaus, no ano de 2016.

Ele está até o momento fora da disputa municipal, mas ao se tornar secretário da Gestão de David Almeida poderá voltar aos holofotes, trazendo os mesmos vícios, comportamentos e problemas de sua passagem cheios de irregularidades, como se deu na pasta de educação do Estado.

Será que para o prefeito de Manaus, que hoje, concorre à reeleição, liderando a maior parte das pesquisas, não é um risco desnecessário?

Ou melhor, vale arriscar mais esse embate com os professores, com a opinião pública, em um momento crucial, no qual o prefeito precisa construir alianças mais sólidas e menos impactadas por históricos ruins na sua campanha eleitoral?

Para alguns interlocutores em off, Gedeão, pode trazer problemas para a imagem do atual prefeito, porém, como não houve o anúncio, ainda dá tempo de rever a escolha. 

Se não for, que o risco agora não pague a conta lá na frente!

Mas, são escolhas!!!

Confira este e demais comentários sobre a política amazonense no programa ‘Tá na Hora Amazonas’ desta quarta-feira (15).