O Centro da Indústria do Estado Amazonas (Cieam) informou que deve se reunir com o governo do Amazonas nesta sexta-feira, 8, para definição de estratégias de proteção ao Polo Industrial de Manaus.
O modelo está sendo atingido diretamente por decisões do governo federal nos últimos meses.
De acordo com informações do jornal Folha de São Paulo, o presidente Jair Bolsonaro e o Ministério da Economia avaliam cortar os incentivos tributários de fabricantes de concentados da refrigerantes instalados na Zona Franca de Manaus.
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O corte nos incentivos também teria conotação política e seria uma retaliação de Bolsonaro diante de possível ação judicial do Amazonas contra o corte linear de 25% no Imposto sobre Produtos Industralizados (IPI).
Para o Presidente do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam), Wilson Périco, a redução dos incentivos para as empresas de refrigerantes e a efetivação do corte linear de 25% no IPI afetará os empregos no Brasil, principalmente no Amazonas.
“A mesma empresa que produz no Brasil é a mesma que vai estar exportando. Ou seja, os empregos que essa multinacional produz deixariam de existir no território nacional, colocando em risco o maior bem que a atividade industrial deixa para o Amazonas que são os empregos”, lamentou Périco.
O Cieam criticou as decisões que ocorrem em nível nacional contra o Polo Industrial de Manaus, que gera atualmente 100 mil empregos diretos e mais de 500 mil indiretos.
“Nós não podemos aceitar passivamente a forma que somos tratados, aceitar que pessoas sentadas em Brasília ou na Avenida Paulista decidam o que acontece no nosso estado. É inaceitável! Nós fomos passivos até agora e não seremos assim”, declarou.
O Portal Norte entrou em contato com o Ministério da Economia, que respondeu que não irá comentar o assunto.
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Não cumpriu
O governo federal publicou na sexta-feira, 1º, no Diário Oficial da União, o decreto que prorroga por mais um mês a redução de 25% nas alíquotas do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) e o mesmo não trouxe a exclusão esperada no Amazonas para parte de produtos produzidos na Zona Franca de Manaus (ZFM).
Isso havia sido acordado em reunião entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e lideranças políticas e empresariais do Amazonas no mês de março.
A redução do IPI foi anunciada em fevereiro deste ano, mas a medida não foi bem recebida no Amazonas, por impactar diretamente o Polo Industrial de Manaus (PIM), que, segundo especialistas, perdeu competitividade.
Por meio de nota enviada ao Portal Norte, o governo do Amazonas informou, que após a publicação do decreto, o governador Wilson Lima (União Brasil) entrou em contato com a secretária de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia, Daniella Marques, para conversar sobre o tema.
“As discussões irão continuar acontecendo entre os técnicos do ministério e segmentos da Zona Franca de Manaus, com o objetivo de se buscar um entendimento que proteja o modelo econômico”, diz a nota.
Para o vice-líder da Câmara, deputado federal Marcelo Ramos (PSD-AM), ao não publicar um novo decreto excluindo produtos da ZFM, como havia disso acordado, o governo federal “prolonga a agonia e trata de forma irresponsável algo de que depende a vida das pessoas do maior estado da federação”.
O deputado federal Zé Ricardo (PT-AM) disse que o governo Bolsonaro “não tem palavra e muito menos compromisso com a população”.
Segundo o deputado estadual Serafim Corrêa (PSB), o presidente Bolsonaro prometeu uma coisa e fez outra.
“Saiu o decreto tão esperado, só que a gente esperava uma coisa e saiu outra. O presidente da República prometeu uma coisa e fez outra e isso daí já está se tornando rotineiro, o que mostra a má vontade do governo federal em relação ao Modelo Zona Franca de Manaus”, repudiou.
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