Nesta quinta-feira (11), o Congresso conclui 100 dias de trabalho da nova legislatura, em Brasília.

Projetos como o novo arcabouço fiscal e reforma tributária, considerados prioridade no governo, ainda não foram votados. 

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No período também destaca-se a criação de 4 comissões parlamentares de inquérito e a incessante busca do governo em construir uma base política sólida e confiável.

Após a derrubada na Câmara de alterações feitas pelo presidente Lula (PT) no Marco do Saneamento, o petista e o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, iniciaram uma série de reuniões com partidos da base, conforme o g1.

Sem apoio

A composição do novo Congresso, eleito em 2022, já indicava o atual cenário, em que Lula enfrentaria problemas para criar uma base fiel e aliada em pautas prioritárias no governo. 

O presidente tentou construir uma frente ampla de partidos que refletisse em apoio no Congresso.

Nove siglas passaram a ocupar a Esplanada: PT, MDB, PSB, PSD, União Brasil, PDT, PSOL, PCdoB e Rede. Mas isso não garante os votos necessários.

No início de maio, o Chefe de Estado chegou a ouvir do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que a articulação política do governo precisava melhorar.

Lira ainda disse que havia falhas nos compromissos firmados para atrair apoio, como a distribuição de emendas parlamentares e indicação para cargos comissionados.

Sem apoio, Lula articula reuniões com lideranças de partidos, que têm ministérios para aumentar sua base no Congresso.

Atualmente, a aprovação de projetos prioritários do governo dependem disso.

CPIs

Em 100 dias de trabalho, já foram criadas quatro Comissões Parlamentares de Inquéritos (CPI), em destaque está a CPI dos Atos Golpistas.

A CPI investiga os atos antidemocráticos ocorridos em 8 de janeiro e foi criada pelo Congresso para investigar autores e incitadores do movimento que depredou a sede dos Três Poderes, Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal (STF).

Outras três são exclusivas da Câmara: a CPIs das Lojas Americanas, das Apostas Esportivas e a do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra. Esta última pode causar danos ao governo.

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Embates

As audiências públicas com ministros do governo também ganharam destaque e repercussão nesses cem dias.

Marcadas por gritarias, bate-boca e confusão e com discussão por vezes interrompida, as audiências não cumpriram seus objetivos e acabavam por desviar do assunto a ser tratado.

Na Câmara, a presença do ministro da Justiça e Segurança Pública (MJSP), Flávio Dino, para prestar esclarecimento de diversos temas é um exemplo do andamento das audiências, que parece ter se tornado comum.

Na Casa Legislativa, em abril, uma audiência com Dino, teve que ser interrompida por uma discussão generalizada entre deputados governistas e da oposição. Na ocasião, a polícia legislativa precisou intervir.

Além disso, nesta semana, no Senado, uma audiência também com Dino teve discussões. O ministro trocou farpas com os senadores Flávio Bolsonaro (PL-RJ), Sergio Moro (União-PR) e Marcos do Val (Podemos-ES).