O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados volta a analisar, nesta quarta-feira (9), a representação contra a deputada Carla Zambelli (PL-SP).

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A votação foi adiada na última quarta (2) após pedido de vista. A deputada é a primeira desta legislatura a ser representada no colegiado.

O relator da denúncia contra Zambelli no Conselho, deputado João Leão (PP-BA), mesmo com o adiamente, votou a favor da continuidade do processo contra a parlamentar.

A Representação foi feita pelo PSB. Segundo o documento, em 11 de abril, durante audiência pública da Comissão de Segurança Pública, com participação do ministro da Justiça, Flávio Dino, a deputada bolsonarista teria mandado o deputado Duarte Jr. “tomar no cu”.

Por outro lado, Zambelli nega as acusações.

Além da parlamentar, Nikolas Ferreira (PL-MG), Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e José Medeiros (PL-MT) também são processados.

O PL é o partido com mais deputados denunciados no colegiado.

Além disso, a comissão também deve analisar a ação do partido que pede a perda de mandato de seis deputadas da esquerda que “xingaram” deputados de “assassinos”.

O Conselho de Ética foi criado em 2001 e é responsável por julgar casos de descumprimento de regras da Casa Baixa e instaurar procedimentos disciplinares, cuja penalidade pode chegar à perda de mandato.

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Operação da PF

Carla Zambelli é também alvo de pelo menos sete investigações que têm potencial de levá-la à perda de mandato.

A mais recente iniciou na semana passada, quando Zambelli foi alvo de uma operação da Polícia Federal que investiga a atuação de indivíduos na invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e na inserção de documentos e alvarás de soltura falsos no Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP).

De acordo com a Polícia Federal, foram inseridos no sistema do CNJ e de outros tribunais brasileiros 11 alvarás de soltura de presos e um mandado de prisão falso contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

Segundo as investigações, a invasão ocorreu “com a utilização de credenciais falsas obtidas de forma ilícita”.

Isso configuraria crimes de invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica.

Zambelli admitiu que manteve uma relação profissional com o hacker Walter Delgatti, responsável pelas invasões. Ele foi preso preventivamente.

A parlamentar também declarou que foi a responsável por articular um encontro entre Delgatti e o então presidente Jair Bolsonaro (PL), em que o ex-mandatário questionou se as urnas eletrônicas seriam passíveis de invasão.

Como mostrou o colunista Guilherme Amado, do Metrópoles, investigadores da Polícia Federal (PF) avaliam que havia elementos para pedir a prisão da deputada bolsonarista, não fosse a imunidade parlamentar.