O indicador Intenção de Consumo das Famílias (ICF) avançou 0,8% em relação a fevereiro, já descontados os efeitos sazonais, para o patamar de 96,7 pontos.

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É o maior nível desde março de 2020, conforme dados divulgados pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

Segundo a pesquisa da ICF da CNC, os brasileiros ficaram mais propensos às compras neste mês de março.

Avanço menos expressivo

Conforme nota da CNC, embora tenha mantido tendência de alta, o avanço foi o menos expressivo em um ano.

A intenção de consumo segue abaixo da zona de avaliação positiva (100 pontos) desde 2015.

Na comparação com março de 2022, o ICF subiu 23,7%.

Na passagem de fevereiro para março, seis dos sete componentes do ICF registraram expansão:

– Emprego atual (alta de 0,6%, para 120,5 pontos);

– Renda atual (1,7%, para 112,5 pontos);

– Nível de consumo atual (2,3%, para 80,3 pontos);

– Perspectiva profissional (0,7%, para 113,3 pontos);

– Perspectiva de consumo (3,2%, para 103,6 pontos);

– Momento para consumo de bens duráveis (3,1%, para 56,0 pontos).

Acesso ao crédito

O único componente com retração no mês foi o de Acesso ao crédito, recuo de 0,8%, para 90,5 pontos.

Em março, 37% das famílias declararam que o acesso ao crédito estava mais difícil.

Além disso, três em cada quatro consumidores consideraram que o momento não é favorável para aquisição de bens duráveis.

“O crédito está mais caro e seleto, principalmente para os consumidores de menor renda, e tem levado cada vez mais famílias a repensar compras de longo prazo”, avaliou a economista Izis Ferreira, responsável pelo estudo.

Consumo das famílias e perspectivas

Ainda conforme a CNC, a perspectiva de consumo das famílias se destacou com o maior crescimento mensal pelo terceiro mês consecutivo.

Desde outubro do ano passado, a perspectiva de consumo tem avançado mais que o nível de consumo atual.

Segundo a CNC, o movimento revela que “as famílias anseiam por condições de consumo melhores no futuro”.

No mês de março, a intenção de consumo cresceu mais entre os mais ricos: na faixa de renda acima de 10 salários mínimos mensais.

Houve elevação de 2,2%, ante um aumento de apenas 0,7% no grupo com renda mensal de até 10 salários mínimos.

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Consumo e o emprego

Em relação à satisfação com o emprego atual, o índice avançou mais entre consumidores de rendas média e baixa no primeiro trimestre.

No entanto, acumulou queda no mesmo período entre os de renda elevada, conforme mensuração do ICF da CNC.

“Ou seja, cresce mais entre os consumidores com maior renda a frustração em relação ao emprego. O mercado de trabalho tem contratado pessoas com menor nível de escolaridade e menores salários, consumidores nas faixas de menor renda”, diz nota da entidade.

Quanto ao recorte de gênero, a intenção de consumo das mulheres cresceu 1,5% em março, para o patamar de 95,2 pontos, resultado ainda aquém dos 97,9 pontos verificados entre os homens.