Durante a Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima (COP27), nesta segunda-feira (7), se abordou sobre o “pacto de solidariedade climática”.

A proposta é defendida pelo secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres.

Conforme o gestor, essa é a alternativa para evitar o “suicídio coletivo” do planeta.

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Ainda segundo Guterres, a Terra se aproxima de forma rápida de um “ponto de inflexão” que poderá resultar em um caos climático considerado irreversível

“Estamos em uma estrada para o inferno climático com o pé no acelerador”, disse o secretário no discurso de abertura das atividades no Egito. 

Segundo a Agência Brasil, Guterres defendeu que o pacto seja feito durante os trabalhos da COP27 entre economias desenvolvidas e emergentes.

O pacto implica na ampliação de esforços dos países para reduzir, ainda nesta década, as emissões e manter a meta de limitar o aquecimento global a 1,5º acima das temperaturas pré-industriais.

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Pacto defendido na COP27

O pacto defende a ideia de que países mais ricos e instituições financeiras internacionais forneçam assistência financeira e técnica para economias emergentes.

O intuito das doações é para ajudar os países no processo de transição de energia renovável.

Conforme o secretário, o pacto buscará acabar com a dependência de combustíveis fósseis e visar à eliminação do uso de carvão como combustível de usinas até 2040.

Para Guterres, as potências, Estados Unidos e a China, têm a responsabilidade de unir forças para tornar o pacto discutido na COP27 uma realidade.

“A humanidade tem uma escolha: cooperar ou perecer. Ou faremos um pacto de solidariedade climática, ou teremos um pacto de suicídio coletivo”, complementou.

Envolvimento do G20

Em discurso na COP27, António Guterres disse que todos os países do G20 devem acelerar a transição já nesta década.

Conforme o secretário, atualmente, há cerca de 3,5 bilhões de pessoas vivendo em países vulneráveis aos impactos climáticos.

Ele lembrou que durante o encontro de Glasgow, os países desenvolvidos se comprometeram a dobrar seu apoio à adaptação para US$ 40 bilhões por ano até 2025.

“Precisamos de um roteiro sobre como isso será implementado e devemos reconhecer que é apenas um primeiro passo, porque as necessidades de adaptação ultrapassam US$ 300 bilhões por ano até 2030”, afirmou.

Para o gestor, metade do financiamento climático deve ser dedicado a medidas de adaptação.

Guerras pelo mundo

Sobre os conflitos que estão ocorrendo no mundo, o secretário disse lamentar o derramamento de sangue e a violência praticada.

Guterres, porém, ressaltou que os conflitos, como o da Rússia com a Ucrânia, não podem prejudicar as ações e os planejamentos para os problemas que envolvem a questão climática.

Ainda conforme o secretário-geral da ONU, há correlação entre os conflitos e o caos climático.

“Essa é a questão definidora de nossa era e o desafio central do nosso século. É inaceitável, ultrajante e autodestrutivo colocá-la fora das prioridades”, afirmou durante a COP27.

O gestor ainda contou que a guerra na Ucrânia fez a exposição do vício da humanidade em combustíveis fósseis e destacou ainda que o cenário atual não pode ser tomado como desculpa para retrocessos.