O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central manteve nesta quarta-feira (1º) a taxa básica de juros (Selic) em 13,75% ao ano pela quinta reunião consecutiva – a primeira desde que o presidente Lula (PT) tomou posse.

+ Envie esta notícia no seu WhatsApp

+ Envie esta notícia no seu Telegram

A decisão veio em linha com a projeção consensual do mercado financeiro. Levantamento feito pela Bloomberg mostrou que essa era a expectativa unânime entre os analistas consultados.

A aprovação da PEC (proposta de emenda à Constituição) que autorizou a ampliação de despesas neste ano é apontada pelo mercado como uma sinalização de que o governo pode estar predisposto a uma política fiscal mais expansionista (mais gastos públicos, que pressionam a inflação e ameaçam o equilíbrio das contas do governo).

Diante do temor crescente, as expectativas de inflação tanto para este ano quanto para prazos mais longos pioraram desde a reunião anterior, em dezembro de 2022.

RELACIONADAS

+ Com nova Selic, especialista dá dicas de quanto rende aplicação de R$ 1 mil

+ Copom eleva taxa Selic para 13,75% ao ano, uma alta de 0,5 ponto percentual

+ Copom decide elevar taxa Selic de 12,75% para 13,25% ao ano, o maior patamar desde dezembro de 2016

A inflação projetada para 2023 no boletim Focus da última segunda (30) é de 5,74%, quase um ponto percentual acima do teto do objetivo a ser perseguido pelo BC (4,75%).

Isso representaria um estouro da meta pelo terceiro ano consecutivo.

Para 2024, período de maior relevância para a atuação do BC hoje, a expectativa para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) subiu de 3,5% para 3,9% – já acima do alvo central (3%).

Pressionado, o BC ainda não dá sinais de quando pretende iniciar o afrouxamento monetário com corte da Selic.

Com 2024 na mira, o colegiado volta a se reunir nos dias 21 e 22 de março para recalibrar o patamar da taxa básica.

O ciclo de alta de juros foi interrompido em setembro de 2022 pelo Copom depois do mais agressivo choque desde a adoção do sistema de metas para inflação, em 1999.

Foram 12 aumentos consecutivos, com elevação de 11,75 pontos percentuais, de março de 2021, quando a taxa básica saiu de seu piso histórico (2%), a agosto do ano passado.

Selic nas últimas dez reuniões do Copom

  • 1 de fevereiro de 2023: 13,75% ao ano
  • 7 de dezembro de 2022: 13,75% ao ano
  • 26 de outubro de 2022: 13,75% ao ano
  • 21 de setembro de 2022: 13,75% ao ano
  • 3 de agosto de 2022: 13,75% ao ano
  • 15 de junho de 2022: 13,25% ao ano
  • 4 de maio de 2022: 12,75% ao ano
  • 16 de março de 2022: 11,75% ao ano
  • 2 de fevereiro de 2022: 10,75% ao ano
  • 8 de dezembro de 2021: 9,25% ao ano