O Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu os juros em 0,5 ponto percentual, para 12,75% ao ano, nesta quarta-feira (20). Foi a segunda queda consecutiva da Selic, que já era amplamente esperada pelo mercado.
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Ao contrário das últimas reuniões, os diretores do Banco Central (BC) não foram pressionados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e por integrantes da equipe econômica pela decisão.
Em relação ao cenário doméstico, os diretores apontaram maior resiliência da atividade econômica do que o esperado, e que o Copom segue antecipando um cenário de desaceleração da economia nos próximos trimestres.
Segundo o Órgão, ocorreu uma elevação da inflação cheia ao consumidor, acumulada em doze meses no período atual. As medidas mais recentes, de inflação subjacente, apresentaram queda, mas ainda estão acima da meta para a inflação. As expectativas de inflação para 2023, 2024 e 2025, apuradas pela pesquisa Focus, encontram-se em torno de 4,9%, 3,9% e 3,5%, respectivamente.
Projeções
Já as projeções de inflação do Copom, em seu cenário de referência, situam-se em 5,0% em 2023, 3,5% em 2024 e 3,1% em 2025. As projeções para a inflação de preços administrados são de 10,5% em 2023, 4,5% em 2024 e 3,6% em 2025.
O Comitê ressalta que, em seus cenários para a inflação, permanecem fatores de risco em ambas as direções. Entre os riscos de alta, para o cenário inflacionário e as expectativas de inflação, destacam uma maior persistência das pressões inflacionárias globais e uma maior resiliência na inflação de serviços do que a projetada em função de um hiato do produto mais apertado.
Entre os riscos de baixa, ressaltam uma desaceleração da atividade econômica global mais acentuada do que a projetada e os impactos do aperto monetário, sincronizado sobre a desinflação global, se mostraram mais fortes do que o esperado.
O Comitê reforça a importância da firme persecução da execução das metas fiscais, já estabelecidas para a ancoragem das expectativas de inflação, e, consequentemente, para a condução da política monetária.
Desinflação
Com relação a evolução do processo de desinflação, o Copom decidiu reduzir a taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual, para 12,75% a.a., e entende que essa decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta, ao longo do horizonte relevante, que inclui os anos de 2024 e de 2025.
A decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego, sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços.
Em relação a conjuntura atual, caracterizada por um estágio do processo desinflacionário, o Comitê reforça a necessidade de perseverar com uma política monetária contracionista até que se consolide, não apenas o processo de desinflação, como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas.
“Em se confirmando o cenário esperado, os membros do Comitê, unanimemente, anteveem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões e avaliam que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário. O Comitê ressalta ainda que a magnitude total do ciclo de flexibilização ao longo do tempo dependerá da evolução da dinâmica inflacionária, em especial dos componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica, das expectativas de inflação, em particular as de maior prazo, de suas projeções de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos”, informou o BC, em comunicado após a reunião do Copom.
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