O coronel Jorge Eduardo Naime, da Polícia Militar do Distrito Federal, é suspeito de transportar R$ 1 milhão em espécie de São Paulo para Brasília.

Ele está preso desde fevereiro deste ano.

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Naime foi alvo de uma operação da Procuradoria Geral da República (PGR) e da Polícia Federal nessa sexta-feira (18).

Segundo a denúncia, o militar tinha relações ilícitas com um homem chamado Sérgio Assis.

O dinheiro transportado, conforme o documento, foi em junho de 2021.

“Há indícios de que Naime tenha se utilizado da estrutura da Polícia Militar do Distrito Federal para promover ‘escolta’ no transporte de valores, bem como elementos da provável origem espúria dos recursos, além de potencial lavagem de dinheiro”, diz a denúncia.

A PGR alega que o transporte do dinheiro feito pelo coronel tinha o objetivo de burlar o sistema de antilavagem e dificultar a identificação da origem.

A defesa do coronel confirma que Naime é inocente.

Operação

Nessa sexta-feira (18), ocorreu uma operação contra investigados da polícia militar no DF.

A ação visou reunir novas provas das condutas praticadas pela PM nos atos de 8 de janeiro, em Brasília.

Os pedidos foram feitos pelo coordenador do Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos (GCAA), Carlos Frederico Santos, a partir do resultado de apurações realizadas nos últimos oito meses.

As provas apontam para a omissão dos envolvidos.

A PM “se mostrou adepta de teorias conspiratórias sobre fraudes eleitorais e de teorias golpistas”, aponta a investigação.

Segundo as provas existentes, os denunciados conheciam previamente os riscos e aderiram de forma dolosa ao resultado criminoso previsível.

Além de Naime, outros alvos foram:

  • Coronel Klepter Rosa Gonçalves, atual comandante-geral da PM do DF;
  • Coronel Marcelo Casimiro Vasconcelos Rodrigues, ex-comandante do 1º Comando de Policiamento Regional da PM;
  • Coronel Paulo José Ferreira de Sousa Bezerra, ex-chefe interino do Departamento de Operações (DOP) da PM;
  • Major Flávio Silvestre de Alencar, comandava o 6º Batalhão da PMDF, responsável pela Praça dos Três Poderes e Esplanada dos Ministérios;
  • Tenente Rafael Pereira Martins, atuou no dia dos atos antidemocráticos;
  • Coronel Fábio Augusto Vieira, ex-comandante-geral da PM do DF, de folga no dia dos ataques.

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Prisão do coronel

Naime chefiava o departamento operacional no dia 8 de janeiro, quando ocorreu os atos golpistas na sede dos três poderes, em Brasília.

Ele foi preso na primeira fase da operação Lesa Pátria, da Polícia Federal.

O coronel prestou depoimento tanto na CPMI dos Atos Golpistas, no Congresso Nacional, quando na CPI dos Atos Antidemocráticos da Camara Legislativa do DF.

Ele afirmou que no dia estava de licença e que foi chamado para a remoção dos golpistas, além de afirmar que a “PM falhou”.