O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, Omar Aziz (PSD), falou na manhã desta segunda-feira, 30, sobre a reta final dos trabalhos da CPI. Ele afirmou que “o governo federal queria comprar vacina tirando proveito”.
Aziz disse em entrevista à TV CNN que os depoimentos e documentos analisados pela CPI dão a dimensão real das denúncias.
“Descobrimos que o governo federal tinha a intenção de comprar vacina através de intermediários para tirar proveito, e aí entram vários atores desse processo, que nos deixa bastante estarrecidos. Muitas coisas que não eram de conhecimento da imprensa e da população vieram à tona com a CPI”, disse Omar.
De acordo com o Omar, as ações demonstradas pelo governo era de agir com atos negacionistas da Covid-19.
“No primeiro momento, pensávamos que o governo não tinha intenção de comprar a vacina, ele [governo federal] aposta somente na imunização de rebanho e no tratamento precoce. Isso causou a morte de muitos brasileiros, principalmente de muitos amazonenses. O meu estado [Amazonas] foi utilizado como cobaia naquele Tratecov que foi trazido pelo governo. Em vez de trazer oxigênio, trouxeram pra cá um aplicativo que não salvou nenhum amazonense, muito pelo contrário, muitos morreram”, declarou.
Os dados, documentos e depoimentos da CPI serão colocados no relatório a ser entregue à Procuradoria-Geral da República (PGR) e ao Supremo Tribunal Federal (STF). O relator é o senador Renan Calheiros (MDB-AL)
“Nós temos muitas coisas substanciais para indiciar muitas pessoas, que cometeram realmente o crime e que tentaram tirar proveito de uma situação de morte. Algumas pessoas envolvidas, dentro do Ministério da Saúde, tentando tirar proveito na compra da vacina. Não vamos julgar, condenar e prender ninguém. O papel da CPI é fazer um relatório, indiciar as pessoas e encaminhar para os órgãos competentes aprofundarem as investigações, aqueles que forem responsáveis que pagem”, comentou.
Para Aziz, os casos de Covid-19 estão diminundodo graças à pressão para a compra de vacinas.
“Essa CPI está no lar de todos os brasileiros, cada um de nós perdeu um amigo, um parente ou um conhecido por conta da Covid-19. Os casos têm diminuído bastante, graças ao povo brasileiro, à imprensa e à CPI que fizeram pressão para o governo comprar vacina”, declarou.
A CPI da Pandemia tem prazo para funcionar até o dia 5 de novembro. Mas, de acordo com Omar, o relator, Renan Calheiros (MDB-AL), já afirmou que até o fim de setembro o relatório estará pronto e será entregue.
O documento contará com o resumo de todo o trabalho desenvolvido pela CPI desde o final de abril deste ano. Segundo Omar, o relatório deve sugerir investigações, indiciamentos e abertura de inquéritos para a Polícia Federal, Ministério Público, Tribunal de Contas da União, entre outras instituições.
Até aqui, a CPI já realizou 52 reuniões, com mais de 40 depoimentos. Dezoito pessoas constam como investigadas.
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