A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das apostas esportivas que apura a manipulação de resultados de jogos de futebol, vai ouvir responsáveis pela Operação Penalidade Máxima, do Ministério Público de Goiás.

Eles são os responsáveis por investigar aliciamento de jogadores para fraudar o resultado de partidas de campeonatos estaduais e do Campeonato Brasileiro.

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Os requerimentos de convite feitos ao promotor Fernando Cesconetto e ao procurador-geral Cyro Terra Peres, ambos do MP-GO foram aprovados nesta terça-feira (23).

Os dois devem ser ouvidos em audiência pública na próxima terça-feira (30)

Lançada no início de abril, a força-tarefa do MP já denunciou 16 pessoas por manipularem os resultados de 13 partidas de futebol.

A comissão também vai ouvir o policial Hugo Jorge Bravo, presidente do Vila Nova Futebol (GO), que denunciou casos de manipulação de resultados cometidos dentro de seu próprio clube, dando início à operação do MP.

Outro requerimento aprovado solicita acesso pela CPI ao conteúdo das investigações em curso.

O deputado Ricardo Silva (PSD-SP) falou sobre a necessidade de investigar a origem do financiamento aos acordos entre atletas e apostadores, que tinham o objetivo de alterar propositalmente o resultado das partidas.

“Precisamos avançar para a origem do dinheiro, porque nós temos uma investigação em curso do Ministério Público, mas teremos uma missão mais profunda de atingir peixe grande, de provar quem está financiando isso”, destacou.

O deputado Jilmar Tatto (PT-SP) foi a favor do posicionamento e ressaltou que a apuração deve ser feita em todos os ângulos

“Espero que sejam apurados não só os jogadores que estão envolvidos nisso, mas a gente sabe que existem milhões em jogo, existe muito dinheiro destes apostadores e nós temos de descobrir quem são essas pessoas que burlam os resultados”, disse.

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Plano de trabalho da CPI das apostas esportivas

O relator da CPI, deputado Felipe Carreras (PSB-PE), afirmou que o trabalho da Comissão Parlamentar de Inquérito não se limita ao que já foi apurado pelo MP-GO.

“As investigações não se limitam ao que já foi apurado e as investigações policiais em curso. Isso significa dizer que poderão ser alcançados outros atletas e apostadores ainda não mencionados, como dirigentes de clubes e outros profissionais do esporte”, disse.

No plano de trabalho, aprovado nesta terça-feira, o relator também afirma que a CPI poderá apresentar proposta legislativa para regulamentar alguns temas ainda não tratados pela lei atual, como as apostas online.

“Não podemos perder de vista que, apesar de existirem, desde 2010, ao menos três tipos penais específicos para punir a suposta prática de manipulação de resultados em eventos competitivos esportivos, essas ilicitudes continuam a ocorrer e talvez em escala maior em razão do grande ganho financeiro”, disse.

A previsão é que o parecer seja apresentado à comissão no dia 18 de setembro.