O ‘Golpe do Amor’ vem fazendo vítimas na era das redes sociais e autoridades do Amazonas emitem alerta para sinais do ‘estelionato sentimental’.
A Delegacia Especializada em Repressão a Crimes Cibernéticos (Dercc) alerta à população em relação ao novo golpe.
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O golpe vem se popularizando, ganhando até documentário no streaming em 2022, com o ‘Golpista do Tinder‘.
A prática normalmente usa do laço afetivo e chantagem para fazer a extorsão.
Sinais do Golpe do Amor
Segundo o delegado Antônio Rondon, titular da Dercc, os golpistas passam por perfis ‘economicamente estáveis’ para atrair as vítimas.
Rondon usou como exemplos mais populares militares, engenheiros, empresários, entre outras profissões distintas.
Outros perfis que os golpistas usam é de moradores do exterior, para usar do artifício da distância para sustentar o golpe.
Os estelionatários também alegam, para realizar o golpe, estarem passando dificuldades financeiras para sustentar a vida no exterior.
“Assim, eles acabam ludibriando as vítimas, e também fazendo elas se apaixonarem. Em determinado momento, se utilizam desse sentimento para fazer com que elas transfiram quantias em dinheiro”, destacou o delegado.
Ainda conforme o delegado, os golpistas inventam que não tem como fazer transferências de valores pelo local onde estão e, por isso, pedem o apoio da vítima, que cede e envia o dinheito.
As autoridades atentam para solicitação de dinheiro para passagens, tratamentos, entre outros que envolvam grandes quantias.
Outra questão para ficar atento é a disponibilidade da outra pessoa para vídeos chamadas.
Normalmente, os golpistas evitam fazer contatos por videochamada, para sustentar a narrativa do golpe.
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Perfil de vítimas
Conforme o delegado Rondon, as vítimas, na maioria das vezes, são mulheres solteiras, com a faixa etária superior a 55 anos.
O padrão é que as vítimas sejam independentes financeiras, sem filhos ou parentes próximos, completa o titular da Dercc.
Na conclusão do golpe, quando a vítima se identifica na situação, os envolvidos não conseguem mais se afastar do ciclo.
Um dos motivos é a prática de “sextorsão”, que é quando o golpista usa de imagens íntimas para realizar chantagem.
Em posse desse material íntimo, o criminoso ameaça a divulgação em troca de dinheiro.
Como se prevenir
Rondon destaca que, ao se relacionar pela internet, é necessário ter certeza com quem conversa.
E apesar disso, evitar confiar 100%, uma vez que as tecnologias avançam cada vez mais na manipulação de aparência, que corroboram cada vez mais com a sustentação do crime.
“Tenha certeza que você está falando com aquela pessoa que lhe encaminhou a foto, porque a internet consegue fazer com que as pessoas inventem falsas identidades. Pessoas mais velhas se passam por jovens e adolescentes, no intuito de dar golpes”, orientou.
O conselho máximo é evitar realizar transações suspeitas e não enviar fotos ou documentos que podem ser comprometedores.
Como denunciar
Em casos de golpe, a vítima deve registrar Boletim de Ocorrência (BO) na delegacia mais próxima.
A vítima também pode registrar BO na Dercc, nas dependências da Delegacia Geral (DG), no bairro Dom Pedro, Zona Centro-Oeste da capital.
O registro também pode ser feito online, por meio da Delegacia Virtual.
Para respaldar, a vítima deve reunir provas do golpe, como capturas de telas dos perfis das redes sociais, mensagens, comprovantes de transferências, entre outros.
O delegado Rondon reforça para que tais materiais sejam encaminhados para a delegacia, para auxiliar na localização do criminoso.
*Sob supervisão de Francisco Santos