A linguagem desempenha um papel crucial na maneira como compreendemos e nos relacionamos com o mundo ao nosso redor. 

No contexto das identidades de gênero e orientações sexuais, as siglas utilizadas para descrever diversas comunidades evoluíram significativamente ao longo das últimas décadas. 

Essa evolução reflete uma maior compreensão, aceitação e inclusão das variadas experiências humanas. Uma das siglas mais conhecidas hoje é LGBTQIA+, que possui uma história rica e significativa.

Início, com GLS

Nos anos 1980 e 1990, a sigla mais comum para descrever a comunidade de gays, lésbicas e simpatizantes era GLS. GLS significava “Gays, Lésbicas e Simpatizantes”. 

Essa terminologia surgiu em um período em que a visibilidade e a aceitação da diversidade sexual estavam começando a ganhar espaço na sociedade, especialmente após os movimentos de direitos civis e a luta contra a epidemia de AIDS.

Mudança para LGBT

À medida que a compreensão e a aceitação das identidades de gênero e orientações sexuais se expandiram, a necessidade de uma sigla mais inclusiva tornou-se evidente. 

A sigla LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros) começou a ganhar popularidade, incorporando as experiências de pessoas bissexuais e transgêneros, que anteriormente não estavam explicitamente representadas.

23ª Feira da Diversidade no Memorial da América Latina (SP) – Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Expansão para LGBTQ e LGBTQ+

Com o tempo, outras identidades começaram a ser reconhecidas dentro da comunidade. Assim, adicionou-se o “Q” para incluir “Queer” ou “Questioning”, abrangendo aqueles que não se conformam às normas tradicionais de gênero e sexualidade, ou que estão explorando sua identidade.

O símbolo “+”, adcionado posteriormente, para indicar a inclusão de todas as outras identidades e orientações que não estão especificamente representadas pelas letras iniciais. Isso assegurou que a sigla fosse reconhecidamente inclusiva e abarcasse uma diversidade maior de experiências.

LGBTQIA+

Com o avanço do entendimento sobre as experiências intersexuais e assexuais, a sigla evoluiu novamente. 

O “I” foi adicionado para incluir pessoas intersexuais, que nascem com características sexuais que não se encaixam nas definições típicas de masculino ou feminino. 

A adição do “A” foi para incluir as pessoas assexuais, que experimentam pouca ou nenhuma atração sexual por outros.

Significado atual e impacto

Hoje, a sigla LGBTQIA+ representa Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgêneros, Queer/Questioning, Intersexuais e Assexuais, com o “+” simbolizando a inclusão de outras identidades e orientações sexuais. 

Essa evolução não é apenas uma mudança semântica, mas um reflexo da crescente visibilidade e aceitação de uma ampla gama de experiências humanas.

Segundo estudiosos, a inclusão dessas identidades na linguagem cotidiana é crucial para a validação e o apoio às pessoas que se identificam com essas experiências. Isso não só promove a aceitação e a compreensão, mas também reforça a importância de políticas e práticas inclusivas em todas as esferas da sociedade.

Sigla viva

A sigla ainda é difundida de formas variadas, com letras a mais ou a menos. Segundo o especialista em Diversidade, Equidade e Inclusão William Ramos, não há certo ou errado nesta questão.

“Não tem nenhuma entidade que determina qual é certa e qual é errada. No Brasil, a organização Fórum de Direitos em Empresas LGBTI+ convencionou que nas empresas hoje, no Brasil, está se usando o termo LGBTI+. Mas é uma sigla viva, que muda a cada momento”, disse o especialista.

A empresa Natura publicou matéria em seu site institucional, explicando a adoção da sigla LGBTQIAPN+.

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