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Decisão do STF sobre maconha gera repercussão entre parlamentares

Deputados divergem sobre decisão do STF de descriminalizar porte de maconha.

Deputados divergem sobre decisão do STF de descriminalizar porte de maconha. Foto: Reprodução/Câmara dos Deputados

A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de descriminalizar o porte de maconha causou repercussão entre parlamentares da base do governo e da oposição.

Nesta terça-feira (25), a Corte formou maioria e hoje deve definir a quantidade que vai diferenciar usuário de traficante.

Após a decisão, deputados contrários e favoráveis se manifestaram nas redes sociais.

A deputada Erika Hilton (PSOL-SP), afirmou que com a decisão foi “correta” e que “serão menos prisões de usuários negros, da periferia e pobres”.

Além disso, ela descatou que o STF não está legislando no lugar do Congresso.

“Ele cumpriu a sua função de analisar a validade do Art. 28 da Lei de Drogas, e, a maioria dos Ministros entendeu que é inconstitucional a Lei não definir critérios para distinguir quem é usuário e quem é traficante, e penalizar os usuários criminalmente”.

Na mesma linha, a deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP) disse que foi “um passo fundamental na luta contra a criminalização do usuário e para avançarmos numa política de drogas sérias, que contenha minimamente o populismo penal, o hiperencarceramento e o racismo”.

Sâmia ressaltou também que é preciso “mobilizar a luta contra a absurda PEC 45, proposta dos bolsonaristas em um revanchismo contra o Supremo no Congresso”.

Já o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), autor do PL do aborto, disse que a decisão do STF é “lamentável”e que o Tribunal invade a competência do Legislativo.

Também contra a decisão, a deputada Júlia Zanatta (PL-SC) reforçou que a decisão “ultrapassa e viola a competência do Congresso Nacional”

Além deles, na Câmara dos Deputados, os parlamentares Glauber Braga (PSOL-RJ) e Altineu Côrtes (PL-RJ) bateram boca durante sessão deliberativa, destinada à votação de projetos. 

PEC 45

O presidente do Senado, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), autor da PEC 45 que proíbe o porte de drogas em qualquer quantidade, defende que o debate sobre a descriminalização deveria ocorrer apenas por meio do processo legislativo.

Atualmente, o texto tramita na Câmara dos Deputados, onde já foi aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

Para ser promulgado, o texto ainda precisa passar por uma segunda comissão e pelo plenário principal da Casa, sem alterações. Se os deputados modificarem a PEC, o Senado precisará reanalisá-la antes da promulgação.

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), anunciou nesta terça-feira (25) a criação de uma comissão especial para debater a proposta.

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