A CPI dos Atos Golpistas, que ouve nesta quinta-feira (31) o general Gonçalves Dias, foi procurada pelo advogado do hacker Walter Delgatti Neto, em busca de um acordo de colaboração premiada.
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De acordo com o colunista Valdo Cruz, integrantes da cúpula da CPI informaram que o advogado Ariovaldo Moreira sinalizou que o hacker pode colaborar mais com as investigações e gostaria de ter o apoio da comissão para um acordo.
A medida é para aliviar as futuras penas de Delgatti.
Além disso, um integrante da cúpula da comissão afirmou que, a princípio, interessa à CPI seguir conversando com o hacker, porque ele já demonstrou que tem mais informações para serem reveladas.
A intenção da defesa é fazer uma negociação com a Polícia Federal de delação premiada. A CPI quer mais detalhes do que Delgatti fez no Ministério da Defesa.
Nesta semana, a advocacia do Senado emitiu um parecer avaliando que a CPMI tem poder para fechar um acordo de colaboração premiada, desde que com a supervisão do Ministério Público e submetido à homologação da Justiça.
Mauro Cid
A relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), havia manifestado interesse em propor um acordo de delação ao ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, mas a Polícia Federal já está em tratativas com o militar.
Cid vai depor mais uma para a PF nesta quinta-feira (31), junto com outras autoridades como o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) e aliados do casal.
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Confira quem vai depor
- Fabio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação da Presidência da República e advogado de Jair Bolsonaro
- General Mauro Lourena Cid, pai de Mauro Cid
- Frederick Wassef, advogado de Jair Bolsonaro
- Tenente Osmar Crivelatti, ex-assessor da Presidência da República
- Coronel Marcelo Câmara, ex-assessor da Presidência da República
Bolsonaro e a ex-primeira-dama passaram os últimos dois últimos dias, terça e quarta-feira, treinando para os depoimentos simultâneos agendados sobre o caso das joias vendidas e recompradas nos Estados Unidos.
O temor da equipe de Bolsonaro é sobre algo que o ex-presidente já não tem mais controle: o que Mauro Cid pode já ter contado para a Polícia Federal sobre a negociação de joias no exterior.