Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que a Polícia Federal ouça o delegado Rivaldo Barbosa, preso sob acusação de participar do planejamento da morte da vereadora Marielle Franco.
A decisão acontece após Barbosa enviar bilhete ao ministro pedindo “pelo amor de Deus” para que o ouçam.
A mensagem, datada de 20 de maio, saiu da Penitenciária Federal de Brasília . “Por misericórdia, solicito que V. Exa. faça os investigadores me ouvirem, pelo amor de Deus”, escreveu o delegado.
O bilhete foi escrito em documento oficial de notificação, onde Barbosa deveria apenas datar e assinar. O ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro solicitou audiência em abril, contudo ficou sem atendimento.
Delegado em desespero
Felipe Dalleprane, que representa o delegado, disse ao UOL que o recado demonstra desespero. “No campo onde deveria assinar e escrever a data dizendo que recebeu a notificação [do oficial de justiça], ele fez esse pedido de socorro, que surpreendeu muito a gente, demonstrando o desespero dele”, afirmou.
Investigações acusam Rivaldo Barbosa de ajuda no planejamento o crime. Ele também teria recebido, segundo investigações, propina para atrapalhar as investigações.
De acordo com relatório da PF, o delegado é suspeito de receber R$ 400 mil para impedir o avanço das investigações. Ele nega tanto o suborno quanto a obstrução.