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Dengue: governo prevê retorno de epidemia ainda este ano; entenda

Dengue

O mosquito 'Aedes aegypti', transmissor de doenças como dengue - foto: Reprodução/ Acervo CCS

Neste ano, o Brasil registrou mais de 4,9 milhões de casos de dengue em um recorde histórico de infecções. Embora o governo comemore a tendência de queda nos casos, o Ministério da Saúde se prepara para que a curva volte a subir ainda em novembro deste ano. 

Em geral, as epidemias de dengue têm um ano de intervalo entre uma e outra, mas essa janela de tempo tem se tornado cada vez menor nos últimos anos. A previsão é de que, logo no início do verão, ainda em 2024, a dengue volte a se espalhar pelo país. 

Segundo a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Ethel Maciel, há previsão de que o ciclo epidemiológico da dengue se antecipe, conforme o que aconteceu entre 2023 e 2024. 

“Teremos um tempo pequeno de preparação porque os nossos modelos matemáticos entendem que a gente pode começar a epidemia de 2025 ainda em novembro de 2024. Então, estamos atuando na epidemia atual e já nos preparando para a próxima, por conta do curto espaço que teremos”, disse em encontro de pesquisadores no Ministério da Saúde”, afirmou a secretaria de Saúde.

A pasta promoveu, nos dias 15 e 16 de maio, um encontro com mais de uma centena de pesquisadores para definir estratégias de combate à dengue e outras arboviroses que devem se proliferar na virada do ano. 

Dengue e mudanças climáticas 

O infectologista Kléber Luz, da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), atribui o encurtamento do ciclo da dengue às mudanças climáticas.  

Segundo ele, as alterações no clima criam temperaturas mais favoráveis para a proliferação dos mosquitos Aedes aegypti por períodos mais longos. 

A antecipação dos casos pode afetar especialmente a Região Norte do país, onde o clima quente e úmido oferece um habitat ideal para o mosquito. 

“A Amazônia, com seu clima quente e úmido, oferece um habitat ideal para o mosquito. Além disso, a presença de populações isoladas, e em áreas sem saneamento adequado, forma um caldo perfeito para um boom de casos”, indica o infectologista Leonardo Weissmann, do Instituto de Infectologia Emílio Ribas e professor da Universidade de Ribeirão Preto (Unaerp). 

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