O estado do Acre enfrenta um aumento significativo de casos de dengue, conforme dados divulgados pelo Observatório em Saúde da Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre).
Com o período de chuvas intensas, característico do “Inverno Amazônico”, propício para a proliferação de mosquitos, incluindo o Aedes aegypti, transmissor da dengue, a região tem enfrentado um surto da doença.
Somente nos primeiros 37 dias de 2024, foram notificados 7.924 casos de dengue em todo o estado. Isso representa uma média diária de aproximadamente 214 casos, evidenciando a gravidade da situação.
O Acre é o segundo estado com maior incidência de casos de dengue do país, conforme dados do Ministério da Saúde. O estado acreano tem 212,5 casos a cada 100 mil habitantes.
Os dados do governo federal compilam as notificações até a semana epidemiológica 4, que se encerrou em 27 de janeiro. Nestas quatro primeiras semanas, foram notificados 243.720 casos prováveis de dengue. Neste período, o Brasil teve 24 mortes confirmadas e 163 estão em investigação.
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Essa situação coloca o estado ao lado do Distrito Federal e de Minas Gerais como áreas de grande preocupação no combate à doença, conforme relatos do site Metrópoles, de Brasília.
Diante desse cenário, a Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) intensificou suas medidas de combate ao Aedes aegypti, ressaltando a importância da participação ativa da população na eliminação de possíveis criadouros do mosquito.
Edvan Meneses, chefe do Departamento de Vigilância em Saúde da Sesacre, enfatizou a necessidade de medidas simples, como a limpeza de recipientes que possam acumular água parada, além de incentivar a colaboração entre vizinhos para garantir a inspeção regular de possíveis focos de larvas.
Monitoramento
Para reforçar o monitoramento e coordenação das ações de combate à dengue, o Ministério da Saúde anunciou a instalação de um Centro de Operações de Emergência (COE) no estado. A ministra Nísia Trindade destacou a importância dessa medida durante a abertura da Comissão Intergestores Tripartite (CIT), em Brasília (DF), ressaltando a necessidade de uma resposta coordenada entre estados, municípios e órgãos governamentais.
Com a ativação do COE, o Ministério da Saúde pretende ampliar o monitoramento da situação epidemiológica da dengue no Acre, com ênfase na vigilância, assistência e controle de vetores. A colaboração entre diferentes esferas de governo e a participação ativa da população serão fundamentais para conter a propagação da doença e proteger a saúde da população acreana.
Segundo dados atualizados do Ministério da Saúde, o Acre registrou 2.964 casos prováveis de dengue somente em 2024, destacando a urgência de ações eficazes para enfrentar esse desafio de saúde pública.
Vacinação
O governo, por meio da Secretaria de Saúde do Estado – Sesacre, iniciará a vacinação contra a dengue já em fevereiro, com a distribuição da vacina para 11 municípios.
A imunização será focalizada em crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, residentes em cidades com mais de 100 mil habitantes e alto volume de casos de dengue tipo 2. A iniciativa é em resposta ao aumento de casos, com isso, a pasta reforça as medidas de combate ao Aedes Aegypti.
A vacinação abrange municípios como Rio Branco, Senador Guiomard, Capixaba, Sena Madureira, Plácido de Castro, entre outros. Diante da expectativa da população para a chegada da vacina, o governo enfatiza que eliminar os criadouros do mosquito ainda é a medida mais eficaz de combate à dengue.
Veja os 10 passos para combater o Aedes Aegypt, de acordo com o Ministério da Saúde (MS):
- Tampe caixas d’água, ralos e pias;
- Higienize bebedouros de animais de estimação;
- Descarte pneus velhos junto ao serviço de limpeza urbana. Caso precise guardá-los, mantenha-os em local coberto, protegidos do contato com a água;
- Retire a água acumulada da bandeja externa da geladeira e bebedouros e lave-os com água e sabão;
- Limpe as calhas e a laje da sua casa e coloque areia nos cacos de vidro de muros que possam acumular água;
- Coloque areia nos vasos de plantas;
- Amarre bem os sacos de lixo e não descarte resíduos sólidos em terrenos abandonados ou na rua;
- Faça uma inspeção em casa pelo menos uma vez por semana para encontrar possíveis focos de larvas;
- Sempre que possível, faça uso de repelentes e instale telas, especialmente nas regiões com maior registro de casos;
- Receba bem os agentes comunitários de Saúde e de Controle de Endemias que trabalham em sua cidade.