O segundo domingo de maio, Dia das Mães, também é um momento que remete a pensamentos de que o sonho de ser mãe, para muitas mulheres, vai muito além do desejo de amar incondicionalmente um filho, tem doses de persistência e de luta.

É assim quando ocorre uma reprodução assistida em laboratório, por exemplo.

De um lado, a vontade imensa de trazer ao mundo uma criança. Do outro, uma equipe de médicos e profissionais que, apoiados na ciência e na tecnologia, conseguem cumprir uma jornada que atinge seu êxito no nascimento do filho de uma família.

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Uma família, várias histórias

Esse momento mágico na vida de uma mulher começou a acontecer há 13 anos com a advogada Walesca Sales.

Ela conta que a primeira experiência aconteceu em 2009, aos 28 anos de idade. Desde 2007, ela tentava sem sucesso uma gravidez.

Foi aí que a medicina a ajudou, ao lado do marido Allan, a entender que, infelizmente, não poderia engravidar naturalmente.

 “No primeiro contato não tinha a menor ideia do que seria fertilização in vitro. Mas senti nesse primeiro contato confiança na equipe médica, e decidimos fazer de imediato”, diz.

Em dezembro de 2009, o casal contou com a inseminação de quatro embriões e conseguiu na primeira tentativa a tão sonhada gestação do primeiro filho, Matheus, hoje com 12 anos de idade.

A vida de Waleska ainda reservava novas emoções e a missão materna não parou por aí.

“Após o nascimento do Matheus, não me preveni com método contraceptivo, sonhando que poderia engravidar dessa vez de forma natural, mas não aconteceu. No ano de 2013, retornei com o Dr. Arthur em busca do segundo filho, mas não deu certo. Ouvi várias pessoas me recomendando fazer em São Paulo e assim fiz no ano de 2014. Digo que foi a pior experiência”, relata.

Walesca entrou em depressão após receber o resultado negativo, e a busca por um novo filho fez o casal ir atrás de uma terceira clínica. Por muito pouco, a família teria somente um herdeiro.

“Tentando pela terceira vez em outra clínica, tive o mesmo sentimento de ser apenas uma. Senti a falta de contato, o olho no olho. Após essas três tentativas, eu e meu esposo concluímos que já tínhamos sido abençoados com o Matheus e estávamos pedindo demais de Deus”, relata.

A partir daí, Walesca e Allan começaram a “sofrer” uma pressão que muitos pais vivenciam: o filho mais novo querendo um irmãozinho.

“Nosso filho pedia muito irmãos, e meio que deixamos pra lá e imaginei que ele iria esquecer com o passar do tempo, mas foi engano. Matheus começou a chorar pedindo insistentemente irmãos, mesmo com o passar do tempo. E meu filho começou a rezar intimamente com Deus todas as noites, pedindo irmãos”, disse emocionada.

Daí em diante, a história de aumento da família ganhou o protagonismo de Matheus, que questionava a mãe regularmente, às vezes até chorando, sobre o que seria da vida dele sem ter irmãos.

Essa imagem tocava o coração de Walesca, que decidiu retornar à primeira clínica, a que foi responsável pelo nascimento do próprio Matheus.

Novas emoções

Era maio de 2018 e, segundo Walesca, seria a última tentativa de engravidar novamente.

“Fui recebida na clínica pelo olhar acolhedor da Dra. Mirthes, uma sensação tão gostosa, como tivesse sido recebida por uma mãe, e o Dr. Arthur me passando a confiança e calma que precisava. E pensei: quem diz que é a hora é Deus”, declarou.

E veio a notícia que a família tanto esperava. Dois meses depois, em julho, ela conta que participou dos procedimentos na clínica e, após uma semana, teve o resultado positivo. O primeiro exame de ultrassom revelou um embrião.

“Uma semana depois tivemos uma linda surpresa: eram gêmeos! Meu filho Matheus sempre dizia que eram gêmeos e 100% chance ser dois menininhos. Foi lindo ver a intimidade do meu filho com Deus nas suas orações pedindo irmãos. Tanto que ele foi atendido. Deus age no momento certo, usou meu filho, ciência e os médicos para ter os meus sonhados filhos. Minha família é obra do senhor”, relata emocionada.

Bastidores da felicidade

Para a família da Walesca, além de Matheus e da crença religiosa, um time amplo de profissionais trabalhou para que o amor incondicional de mãe virasse realidade naquele lar.

Contrariando “achismos”, o casal conseguiu o seu objetivo na capital do Amazonas, longe de grandes centros como São Paulo.

Há 28 anos, o sonho do médico ginecologista Arthur Fernandes Lemos encontra sequência no trabalho da família. Ele foi vítima da Covid-19 e, atualmente, o local responsável por mais de 100 nascimentos de crianças no Amazonas é dirigido pela filha médica, Eline Lemos, e por outros profissionais médicos como Alexandre Borja, ginecologista responsável técnico do espaço, e Mirthes Lemos, coordenadora do local.

A embriologista Lia Pontes e os médicos Euda Pereira e Sidney Albuquerque  completam o grupo que planeja auxiliar mais casais a conceber filhos na região. Todos eles são membros da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA).

Hoje, a clínica consegue realizar procedimentos de alta complexidade, como o ‘bebê de proveta’ – técnica de reprodução assistida em que o embrião é oriundo de um tratamento de Fertilização in vitro -, e de baixa complexidade, como inseminação artificial, preservação da fertilidade.

Para Eline, seria impossível não prosseguir com um trabalho tão bonito, capaz de realizar sonhos de toda uma família.

“Quando a natureza não facilita a vida de um casal que quer ter um bebê, a Reprodução Humana Fêmina ajuda a fazer este sonho possível”, enfatiza.

Imagem: Arquivo Pessoal – Dra. Mirthes e Dr. Arthur Lemos

 

Fertilização in vitro

A fertilização in vitro, também conhecida por suas iniciais “FIV”, é o tratamento de reprodução humana realizado com mais frequência.

Ela é a opção da medicina reprodutiva que oferece mais chances de gravidez para mulheres que enfrentam dificuldades para engravidar após um ano de tentativas a partir dos 35 anos.

O tratamento realiza a fecundação do óvulo com o espermatozóide no laboratório de embriologia.

Esse processo in vitro requer o cultivo em laboratório para permitir a observação do correto desenvolvimento dos embriões e posterior transferência ao útero da mãe para a confirmação da gravidez.

A Reprodução Humana Assistida teve início na Inglaterra em 1978, quando nasceu o primeiro bebê de proveta no dia 25 de julho de 1978.

Parcerias na região

Clínicas de reprodução assistida na região também contam com parcerias como as do Centro de Reprodução Humana da Amazônia, do Banco de Sêmen Pro-Seed e do Laboratório Genético Igenomix para a realização do estudo genético pré-implantacional.

O procedimento é voltado para a mulher que deseja ser mãe após os 37 anos e pretende afastar o risco de uma concepção com doenças cromossômicas, tais como Síndrome de Down – causada pela presença de três cromossomos 21 em todas ou na maior parte das células de um indivíduo -, Síndrome de Patau – caracterizada por uma trissomia do cromossomo 13 –, e Síndrome Klinefelter – quando uma pessoa do sexo masculino apresenta um cromossomo X a mais.

Filho no futuro

Atualmente, no Amazonas, já é possível também atender a mulheres que desejam postergar a maternidade, e homens que pretendem realizar vasectomia, por meio de congelamento de óvulos e de sêmen, respectivamente.

Mulheres que fazem tratamento oncológico à base de quimioterapia e desejam construir posteriormente uma família, também é possível congelar os óvulos para serem utilizados após a cura da doença.

Imagem: Divulgação – Equipe da Clínica de Reprodução Humana Fêmina

 

Custos

O investimento para tentar a concepção de um filho com a ajuda de uma clínica custa no mercado, em média, de R$ 20 mil a R$ 30 mil, cada tentativa, dependendo da idade da mulher.

O procedimento abrange várias etapas que também incluem estudo genético para verificar doenças oriundas da idade, já que para doença genética pode ser possível evitar através de determinados procedimentos.

Idade x Gravidez

A Dra. Mirthes Lemos ressalta que até os 34 anos de idade, a mulher pode fazer o congelamento dos seus óvulos. A partir dos 40 anos, recomenda-se que sejam óvulos doados e de acordo com a Resolução do Conselho Federal de Medicina Nº 2.294. A doadora pode ser uma irmã, prima ou parente.

“A ciência é linda e através dela já conseguimos tornar realidade o sonho de ser mãe, trazendo ao mundo 110 bebês”, comenta.

A mamãe Walesca, personagem principal do dia e desta reportagem, motiva outras mulheres a não desistirem do desejo da missão materna.

Imagem: Acervo Pessoal – Walesca com Matheus e os gêmeos Marcelo e Miguel

“Não desistam dos seus sonhos. A demora é Deus nos preparando para sua bênção”, conclui muito emocionada ao lembrar dos caminhos que percorreu para ser mãe de três meninos.

Confira mais depoimentos no vídeo abaixo.

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