Os peritos encarregados do caso envolvendo a acusação de estupro contra o jogador brasileiro Daniel Alves confirmaram que o DNA coletado nos exames da denunciante é compatível com o do atleta.

De acordo com informações do jornal Marca, os especialistas afirmaram que, embora não tenham sido encontradas lesões intravaginais, isso não exclui a possibilidade de penetração.

Um dos médicos presentes no julgamento explicou que, mesmo em casos de violência sexual, é comum não haver lesões físicas, citando que cerca de 70% das mulheres atendidas no hospital em questão não apresentam tais lesões.

Além disso, foi destacado que não houve ejaculação, e a amostra coletada poderia ser esmegma, uma secreção que contém uma quantidade significativa de material genético.

A coleta da amostra foi realizada três horas após o ocorrido, e a denunciante relatou dor intensa ao urinar. No entanto, não foram encontrados ferimentos em outras partes do corpo da mulher.

Segundo os peritos, a ausência de inchaço na região íntima sugere que a relação sexual não foi tão traumática.

Outro ponto levantado durante o julgamento foi o comportamento da denunciante ao chegar ao hospital.

Os médicos afirmaram que ela aparentava medo e descreveu de maneira coerente o que havia vivenciado, mencionando que o jogador lhe deu beijos no pescoço e tentou sair, mas não conseguiu.

A psicóloga forense que acompanhou o caso declarou que a mulher não apresentou indicadores suspeitos de simulação ou exagero em sua declaração. Ela também destacou sintomas de estresse pós-traumático, como alterações no sono e estado emocional abalado.

Daniel Alves está detido preventivamente há cerca de um ano sob a acusação de estupro, mas alega inocência e afirma que a relação foi consensual. Ele está agendado para prestar depoimento nesta quarta-feira (7), após a mulher que o acusa, testemunhas e peritos.

Apesar das diversas reviravoltas no caso, incluindo mudanças na versão do jogador e negativas de liberdade provisória, o prazo para a decisão sobre o caso é de até 20 dias após os depoimentos.

O Tribunal de Barcelona rejeitou o pedido do Ministério Público da Espanha para realizar a audiência a portas fechadas. No entanto, a identidade da denunciante foi preservada durante o depoimento, sendo protegida por um biombo e com sua imagem e voz distorcidas para garantir sua segurança.