Nesta quarta-feira (3) a Organização Meteorológica Mundial (OMM) comunicou que sobe para 60% as chances do surgimento do El Niño.

Segundo a organização intergovernamental, o fenômeno pode interferir no clima mundial, como na presença de altas temperaturas.

O El Niño é um fenômeno natural que surge como o aquecimento incomum das águas do Oceano Pacífico, próximo à Linha do Equador.

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O fenômeno acontece durante ciclos, normalmente após o fenômeno La Niña, porém seu surgimento não possui uma periodicidade estática.

Ainda conforme a OMM, entre julho e setembro deste ano, às chances do surgimento do El Niño podem chegar a 80%.

Durante os dados preliminares, não é possível mensurar a duração e força do fenômeno.

Calor

O secretário-geral da OMM, professor Petteri Taalas expressa preocupação em relação às altas temperaturas.

Em contramão ao efeito do El Niño, a sua irmã La Niña surge com o resfriamento das águas do Oceano Pacífico.

Conforme o secretário-geral da OMM, os últimos três anos foram marcados pelo La Niña, mesmo com recordes de calor.

Segundo o especialista, o fenômeno agiu como um “freio temporário no aumento da temperatura global”, o que preocupa a OMM.

Com o retorno do El Niño, o secretário-geral da OMM estima picos no aquecimento global e quebras de novos recordes de calor.

Os possíveis efeitos do El Niño somente surgiram em 2024, uma vez que as temperaturas globais só alteram no ano seguinte ao seu surgimento.

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Outros impactos do El Niño

Além das altas temperaturas, o El Niño também está associado ao surgimento de secas e chuvas em lugares divergentes do mundo.

O secretário-geral da OMM diz que o fenômeno “pode trazer trégua da seca no Chifre da África e outros impactos relacionados ao La Niña, mas também pode desencadear em eventos climáticos mais extremos”.

Entre os impactos mais típicos está o surgimento de chuvas em regiões do sul da América do Sul, do sul dos EUA, do Chifre da África e da Ásia Central.

Por outro lado, sofrem com secas severas a Austrália, Indonésia e regiões do sul da Ásia, segundo o informativo da organização internacional.

Além disso, a OMM informa que água quente formada pode instigar o surgimento de furacões no centro/leste do Oceano Pacífico.

Por outro lado, as águas quentes do El Niño podem dificultar a formação de furacões na Bacia do Atlântico.

*Sob supervisão de Francisco Santos