Cerca de 200 caminhões estão parados na alfândega da Receita Federal, em Pacaraima, em Roraima. A paralização ocorre no município que faz fronteira com a Venezuela.
Os servidores da RF paralisaram as atividades em forma de protesto ao Orçamento da União aprovado pelo Congresso.
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A paralisação iniciou na segunda-feira, 3, e segue por tempo indeterminado.
Em dezembro de 2021, os servidores da Receita começaram a entregar os cargos diante de uma insatisfação com a aprovação do Orçamento da União de 2022.
Somente em Roraima, cerca de seis auditores com cargos de chefia se manifestaram pela entrega dos cargos.
Foto: Reprodução/Rui Figueiredo/Twitter- Caminhões na fronteira com a Venezuela em Roraima
Orçamento
A proposta de Orçamento da união para 2022 foi aprovada no da 21 de dezembro pelo Congresso Nacional. O placar entre os deputados foi de 358 votos favoráveis e 97 contrários. No Senado, o texto passou por 51 votos a 20.
Logo após a aprovação, ao menos 172 servidores com cargos de confiança na Receita Federal pediram exoneração.
Em uma carta, delegados dizem que a Receita teve seu orçamento reduzido em 51,4%. Os cortes, segundo o documento, afetam principalmente a administração das unidades e a gestão de soluções informatizadas e que há risco de não haver recurso para pagamento de contas de água e energia elétrica.
Foto: Reprodução/Rui Figueiredo/Twitter- Caminhões na fronteira com a Venezuela em Roraima
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Veja a íntegra da nota do Sindifisco Nacional:
“A Receita Federal vem, nos últimos meses, quebrando recordes de arrecadação e ajudando a impulsionar a recuperação da economia nacional graças a um empenho extraordinário do seu quadro de Auditores-Fiscais e demais servidores.
Esse empenho foi derivado, sobretudo, da expectativa em ver solucionada, finalmente, a regulamentação do bônus de eficiência, fruto de acordo salarial entabulado há cinco anos.
Essa expectativa não nasceu ao acaso. Surgiu da palavra afiançada pelos ministros Ciro Nogueira e Paulo Guedes e principalmente pelo próprio presidente Jair Bolsonaro.
No entanto, agora, na discussão da peça orçamentária de 2022 no Congresso Nacional, o assunto, que estava pacificado no âmbito do Executivo, sofreu inesperado revés, com a resistência do relator Hugo Leal em incluir os recursos necessários à regulamentação do bônus e a omissão do governo em fazer valer os compromissos assumidos com a Receita Federal.
Adicionando insulto à injúria, recursos da própria Receita Federal serão cortados para satisfazer os reajustes acordados com as carreiras policiais, numa demonstração de absoluto desrespeito à administração tributária, que, como nunca, tem se empenhado para prover a sustentação financeira do Estado brasileiro.
Diante desse quadro de rebaixamento e humilhação institucional, o Sindifisco Nacional convoca todos os Auditores-Fiscais a uma dura e contundente resposta, com a paralisação imediata de todos os trabalhos e a entrega maciça das funções e cargos de chefia, movimento que já vem ocorrendo nos últimos dias.
A Receita Federal não merece e não pode ser humilhada mais uma vez. Somente uma reação em uníssono da Casa pode mostrar ao mundo político a nossa força e o nosso poder de indignação.”
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