Após longa reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nesta segunda-feira (16), sobre a situação no Oriente Médio, o embaixador e assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, Celso Amorim, afirmou que vê o conflito na guerra entre Israel e o Hamas se alastrando e que a tendência é que se espalhe.

+ Envie esta notícia no seu WhatsApp

+ Envie esta notícia no seu Telegram

Amorim recordou o bombardeio israelense que atingiu o aeroporto da cidade síria de Aleppo, no sábado (14), e a ampliação do conflito para a região norte de Israel, na fronteira com o Líbano, onde atua o Hezbollah.

“O bombardeiro no aeroporto de Aleppo acaba sendo um estímulo para que a Síria entre no conflito. Vamos lembrar que o governo sírio ficou muito ligado à Russia. Isso é uma complicação. Não estou dizendo que a Rússia vai entrar na guerra, mas é um fator complicador. Por outro lado, o conflito também está se espalhando para o norte, na fronteira com Líbano, onde está o Hezbollah”, observou o assessor especial.

A Organização das Nações Unidas (ONU) informou na sexta-feira (13), que número de pessoas deslocadas internamente na Faixa de Gaza por causa da guerra entre Israel e o Hamas aumentou para mais de 420 mil.

Pessoas deslocadas

“Já se falam em, 400 mil, 600 mil pessoas deslocadas. Esse número pode chegar a ser similar ao número de pessoas que se deslocaram no chamado “nakba”, momento do êxodo forçado da população palestina, depois dos conflitos após a fundação do Estado de Israel”, pontuou Celso Amorim.

Nos últimos dias, o presidente Lula conversou com os presidentes de Israel, Egito e Palestina para obter apoio no resgate de brasileiros, especialmente do grupo que está na Faixa de Gaza.

O assessor especial destacou também que alguns fatores estão sendo levados em consideração para justificar a apreensão, como o nível de hostilidade entre grupos historicamente rivais e também a pressão causada pela escassez de itens básicos, como água e alimentos em alguns lugares.

Por fim, Celso Amorim lembrou que a região, em guerra, é marcada por alianças entre grupos extremistas e ditaduras. De um lado, entre as forças contra Israel, está o Irã que é um forte apoiador político do Hamas, grupo radical islâmico que defende o reconhecimento do Estado palestino. Também, o grupo Hezbollah, organização islâmica xiita, que tem domínio no Líbano.

Do outro lado, diversos países declararam apoio aos israelenses, entre os principais, estão os Estados Unidos.

RELACIONADAS

+ Moro quer que Celso Amorim fale sobre a guerra em Israel

+ Israel afirma que 199 reféns foram capturados pelo Hamas

+ Conselho da ONU debate conflito no Oriente Médio