As enchentes no Rio Grande do Sul são resultado das fortes chuvas que atingem o estado desde o dia 29 de abril.
Segundo dados da Defesa Civil do estado, divulgados nesta segunda-feira, 6, mais de 300 municípios foram atingidos pelas fortes chuvas.
Dessa forma, 873.275 pessoas já foram afetadas pelas enchentes.
O número de pessoas ilhadas no estado e que foram resgatadas ultrapassa os 20 mil, segundo boletim divulgado pela Defesa Civil.
Até o momento, foram confirmadas 83 mortes e quatro óbitos estão em investigação.
Por isso, a Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil reconheceu o estado de calamidade pública em 336 municípios no Rio Grande do Sul. A portaria foi publicada no Diário Oficial da União, no último domingo, 5.
Enchentes no Rio Grande do Sul e as mudanças climáticas
As chuvas torrenciais que afetam o estado, desde o ano passado, acenderam sinais de alerta a respeito das mudanças climáticas.
Segundo o professor da Universidade Federal de Roraima (UFRR) e pesquisador em comunicação e mudanças climáticas, Simão Almeida, as enchentes no Rio Grande do Sul são consequências de uma emergência climática provocada pelo homem.
“O que está acontecendo atualmente, e mais uma vez no Rio Grande do Sul, é o efeito das mudanças climáticas, porque, inclusive os governantes, estão tomando atitudes em relação aos ecossistemas e ao meio ambiente, mudando legislações. Então, o que a gente está percebendo é justamente a proporção de problemas como inundações e queimadas se ampliando”, ressaltou.
Queimadas em Roraima são efeitos das alterações no clima
Os números totais de focos ativos de calor detectados em Roraima em 2024 são altos, em relação aos anos de 2023 e 2022.
Apenas este ano, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), foram registrados no estado 4.614 focos ativos de calor.
Em 2023, foram 2.659 constatações de queimadas. No ano de 2022, o Inpe detectou 1.223 focos.
Em razão dos incêndios, em março deste ano, o Governo Federal reconheceu, por meio do Ministério do Desenvolvimento e Integração Regional (MIDR), situação de estado de emergência em nove municípios de Roraima.
O Poder Executivo Estadual também reconheceu o problema. Por isso, no final do mês de fevereiro, foi decretada situação de emergência nos municípios de Amajari, Alto Alegre, Cantá, Caracaraí, Iracema, Mucajaí, Pacaraima, Normandia e Uiramutã.
Como consequência das queimadas em Roraima, a qualidade do ar chegou a ser considerada prejudicial à população por dias consecutivos.
Conforme Almeida, os incêndios no estado também são complicações das alterações no clima.
“Em Roraima, a gente teve também efeitos das mudanças climáticas, quando a gente passou por uma seca severa, seguida das queimadas, a fumaça que invadiu a capital Boa Vista, por exemplo. Então, nós temos em algumas regiões inundações, em outras regiões queimadas, incêndios, e isso é resultado da ação humana, que deve ser alterada rapidamente, com o propósito de recuar em relação aos efeitos humanos das mudanças climáticas”, destacou.
Mudança de comportamento
De acordo com o professor da Universidade Federal de Roraima (UFRR), as consequências da crise climática podem ser reduzidas com mudanças de comportamentos.
O abandono do uso dos combustíveis fósseis, como o petróleo, o gás natural e o carvão, está entre as soluções.
“A gente precisa de uma alteração de comportamento muito rápida. Por exemplo, em relação ao uso dos combustíveis fósseis, a gente precisa de fato acabar com a cultura do uso dos combustíveis fósseis para amenizar o problema dos impactos que estão acontecendo atualmente”, salientou.