A campanha ‘Março Lilás’ é comemorada no terceiro mês do ano, voltada para a conscientização da saúde feminina.

Com ações informativas sobre o câncer de colo de útero e endometriose, a campanha visa incentivar exames e identificação de sinais.

Na saúde do útero, a endometriose é a mais difícil de ser diagnosticada, principalmente por conta do tempo de reconhecimento da doença.

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A doença acomete cerca de 10% das mulheres brasileiras na idade reprodutiva, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), entre 25 e 25 anos.

De acordo com a Biblioteca Virtual em Saúde, do Ministério da Saúde, a melhor forma de identificar a doença é através de exames ginecológicos clínicos.

O que é a endometriose

O distúrbio se caracteriza pela implantação do endométrio, tecido que reveste o útero, em outros lugares, como ovários ou na cavidade abdominal.

Este tecido é mensalmente estimulado pelos hormônios e, quando não ocorre gravidez, ele descama em forma de menstruação.

De acordo com o Dr. Claudio Bonduki, ginecologista do Hcor, existem várias teorias em torno da causa da endometriose.

“Existem várias teorias sobre o que causa a endometriose, mas a mais comum e aceita pela medicina é a menstruação retrógrada, ou seja, toda mulher, além de ter o sangue escoado pela vagina, também tem a presença deste sangue retornando pelas tubas uterinas e alojando-se na cavidade abdominal, podendo ocasionar o implante dessas células em qualquer região da pelve”, explica Dr. Claudio Bonduki, ginecologista do Hcor.
 

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Segundo o médico, a maioria dos casos de endometriose possui um diagnóstico tardio, por causa da pouca atenção às cólicas menstruais.

“O principal sintoma do distúrbio é uma dor menstrual que aumenta progressivamente na região da pelve e/ou lombar. Na grande maioria das vezes, a própria paciente acaba não percebendo que a intensidade da dor está ficando mais forte, com necessidade de cada vez mais analgésicos e, por vezes, limitando as suas atividades habituais”, alerta o médico.
 

Sintomas da endometriose

Além da cólica menstrual, outros sintomas também podem ser observados, como dores durante a relação sexual e infertilidade.

eventualmente, a apresentação de sintomas urinários ou intestinais durante a menstruação, que podem estar ligados à infertilidade.

De acordo com o acervo do Ministério da Saúde, a pessoa afetada pela doença também pode apresentar dor e sangramento ao urinar e evacuar.

Outros sintomas podem ser menos associáveis à endometriose, como diarreia e fadiga.

Diagnóstico

Conforme o ginecologista, o diagnóstico é realizado em um tripé de avaliações.

O Dr. Claudio Bonduki pontou a análise clínica, exame ginecológico e, por fim, exames de imagem (ultrassonografia e ressonância magnética).

Por fim, conforme o Ministério da Saúde, o diagnóstico preciso, depende da realização de biópsia.

Tratamento

Os principais tratamentos focam no alívio dos sintomas, evitando sequelas e prevenindo a reincidência da doença.

De acordo com o especialista, a escolha de terapia é personalizada aos resultados dos dados clínicos.

A endometriose leve, segundo o ginecologista, pode ser tratada com progesterona ou pílulas contraceptivas.

Em indicação cirúrgica,   a orientação é realizar a videolaparoscopia ou cirurgia robótica.

O procedimento preserva o útero e ovários, principalmente para quem ainda desejam engravidar.

“Quando a endometriose é moderada ou severa, causando a infertilidade, a conduta mais adequada é a cirurgia minimamente invasiva, com o intuito de realizar o diagnóstico definitivo, avaliar a extensão e o comprometimento dos órgãos e efetuar o tratamento cirúrgico”, finaliza.

*Sob supervisão de André Meirelles