Os incêndios florestais afetam a flora, a fauna, o meio ambiente e representam riscos à vida e aos bens da população, tanto pela ação direta do fogo quanto pela fumaça.

Segundo a Fundação Amazônia Sustentável (FAS), o fogo não afeta apenas a vegetação, mas todo o ciclo de vida do bioma, incluindo os povos da floresta e a vida de todos os brasileiros, com repercussões globais.

Entre os biomas mais afetados nos últimos anos, a Amazônia teve destque. Isso, devido às atividades econômicas como agropecuária, extrativismo vegetal e mineral. Além do garimpo, que contribui para esses eventos.

A FAS alertou que o aumento das queimadas na Amazônia nos últimos dez anos é alarmante. Em fevereiro deste ano, a Amazônia bateu o recorde de incêndios.

“Este ano, prevê-se uma seca mais severa que a de 2023, devido à persistência do fenômeno El Niño, que se estendeu até 2024, formando domos de calor. Em abril, a Defesa Civil do Amazonas publicou um relatório crucial alertando para a possibilidade de repetição da situação”, alertou a Fundação.

De acordo com Virgilio Viana, superintendente-geral da FAS, as projeções indicam um aquecimento global mais rápido do que inicialmente previsto.

“Quanto mais longa e intensa é a estação seca, mais frequentes e grandes ficam as queimadas. Isso contribui para o aquecimento global e regional, criando um efeito dominó que tende a tornar esse problema cada vez mais grave”, destacou.

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registra anualmente altos índices de incêndios na Amazônia.

De acordo com o Inpe, nos primeiros seis meses de 2024, as queimadas aumentaram 8% em comparação ao mesmo período de 2020. Desse total, 85% dos incêndios ocorreram na Amazônia.

Biodiversidade

Os incêndios ameaçam a biodiversidade, impactando 95% das espécies entre e 85% das espécies ameaçadas de extinção, alertou a Fundação.

Além da destruição da biodiversidade amazônica, os incêndios causam graves consequências aos povos indígenas, incluindo risco à vida, violência, violação de direitos, e invasões de terras e moradias.

A biodiversidade na região amazônica é fundamental para a produção de medicamentos utilizados na maioria dos lares brasileiros. No entanto, os incêndios prejudicam essa capacidade.

Qualidade do Ar

De acordo com a FAS, as queimadas crescentes reduzem a capacidade de filtrar o ar, prejudicando a saúde local devido à fumaça.

Em outubro de 2023, o estado do Amazonas registrou o ar mais poluído devido ao grande número de queimadas.

Segundo o o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), a plataforma Selva, que monitora os níveis de poluição do ar em Manaus, mostrou que a poluição ultrapassou os limites da escala que mede os níveis de partículas por metro cúbico.

Anteriormente, em 2019, o Instituto relatou mais de duas mil internações por doenças respiratórias causadas pelas queimadas, afetando especialmente bebês e idosos.

Além disso, houve um aumento de internações de indígenas, decorrentes também de problemas respiratórios.

A poluição do ar em agosto de 2019 atingiu níveis até cinco vezes superiores ao recomendado pela OMS em 90 cidades, afetando cerca de 3 milhões de pessoas.

FAS

A Fundação Amazônia Sustentável (FAS) é uma organização sem fins lucrativos que promove o desenvolvimento sustentável da Amazônia.

Seu objetivo é conservar o bioma, valorizar a floresta em pé e melhorar a qualidade de vida das populações amazônicas.