Motoristas e taxistas que trabalham no transporte de passageiros por aplicativo tinham jornada 17,11% mais longa do que os colegas de profissão que não usavam essas plataformas digitais em seu ofício no ano de 2022.

Já os trabalhadores que faziam entregas por aplicativo cumpriam jornada 11,21% maior do que os entregadores que não precisavam dessa ferramenta digital para exercer seu trabalho.

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A remuneração obtida por hora trabalhada por motociclistas por aplicativo não chegava a R$ 9, enquanto a dos motoristas não alcançava R$ 12.

Os dados são do módulo Teletrabalho e trabalho por meio de plataformas digitais – 2022, da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgado nesta quarta-feira (25), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado é uma remuneração menor por hora trabalhada dos trabalhadores por aplicativo, em relação aos seus pares, que dispensam o uso de plataforma digital em sua função.

Os motoristas de passageiros por aplicativo recebiam, em média, R$ 11,8 por hora trabalhada em 2022, ante uma remuneração 15,25% maior recebida por hora pelos seus demais colegas de profissão, de R$ 13,6.

No caso dos motociclistas, os entregadores por aplicativo recebiam, em média, R$ 8,7 por hora trabalhada em 2022, ante uma remuneração 36,8% maior recebida por hora pelos seus demais colegas de profissão, de R$ 11,9.

Os motoristas de passageiros por aplicativo cumpriam jornada semanal média de 47,9 horas trabalhadas, ante 40,9 horas dos demais colegas de profissão.

Os motociclistas que faziam entrega por aplicativo cumpriam jornada semanal média de 47,6 horas trabalhadas, ante 42,8 horas dos demais colegas de profissão.

O IBGE contabilizou 1,2 milhão de pessoas que tinham como trabalho principal a função de condutores de automóveis na atividade de transporte rodoviário de passageiros no país, em 2022.

Quanto aos motociclistas em atividades de entrega, havia 338 mil pessoas nessa função como trabalho principal: 50,8% deles, 171 mil, realizavam o trabalho por meio de aplicativos de entrega, enquanto 49,2%, 166 mil, não o faziam.

Entre os condutores de automóveis por aplicativo, apenas 23,6% recolhiam contribuição para institutos de previdência, contra uma fatia de 43,9% entre os que não trabalhavam via aplicativos.

No caso dos entregadores motociclistas, 22,3% dos que trabalhavam por aplicativo contribuíam para institutos de previdência, ante uma proporção de 39,8% entre os que não usavam aplicativo no trabalho.

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