ETs, tubarões, dinossauros, inteligências artificiais, gremlins e um Lincoln depois, Steven Spielberg se debruça sobre sua própria história em Os Fabelmans.
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Tony Kushner, parceiro de longa data do diretor, co-assina o roteiro, uma obra íntima, e nas palavras do próprio Spielberg, um tributo a sua família – e também ao cinema.
A sequência de abertura mostra Sam Fabelman (Mateo Zoryan/ Gabriel LaBelle) – alter-ego do diretor no filme – então aos sete anos em sua primeira ida ao cinema.
Enquanto a criança se mostra assustada com a possibilidade de ver “pessoas gigantes” na tela, seu pai, Burt Fabelman (Paul Dano), tenta lhe explicar, com palavras robustas que só um gênio que previu a ampla utilização do computador entenderia, o conceito por trás da exibição.
Sem sucesso, cabe a mãe, Mitzi (Michelle Williams), afagar o filho, que sai da sala de cinema apavorado com a cena de dois trens em colisão.
Curiosamente, o pequeno Sammy pede de presente de Hannukah um trem elétrico, que na calada da noite, faz colidir com dois brinquedos.
De novo o pai não entende os porquês filho, mas o coração artístico da mãe, uma ex-pianista que largou o ofício para se dedicar à família, enxerga na atitude de Sammy uma tentativa de controlar seu próprio medo
Por isso ela é a primeira a incentivar o garoto a pegar em uma câmera para filmar a cena da colisão, assim ele poderia vê-la repetidamente sem estragar os brinquedos.
Uma vez que o medo fora domado, Sam ficou fascinado com o que podia fazer.
Sem poder controlar a realidade ao seu redor, que se despedaçava conforme a crise no casamento de seus pais, que levou a família a mudar de estado duas vezes, o futuro cineasta encontra controle em seus filmes.
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Os espectadores, por sua vez, mesmo diante do caos que se instalava no seio da família Fabelman, seguem com a estranha sensação de que terminaria tudo bem — assim como em E.T. O Extraterrestre ou Prenda-me se For Capaz.
Destaque para a atuação de Michelle Wiliams, tão mãe de família quanto artista frustrada em Os Fabelmans.
Também Judd Hirsch, que participa do filme como Boris, tio-avô de Sam que o precedeu na indústria cinematográfica e participou de produções como O Cantor de Jazz.
Os Fabelmans estreia nos cinemas do Brasil nesta quinta-feira (12). O filme recebeu o Globo de Ouro de Melhor Filme e rendeu a Spielberg o prêmio de Melhor Diretor.