A jornalista e apresentadora Glória Maria foi homenageada pelo New York Times 20 dias após sua morte.

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Em publicação, apontou para o legado deixado por ela para a TV brasileira e disse que Glória “quebrou barreiras”.

“Considerada a primeira telejornalista negra do Brasil, derrubou barreiras para as mulheres negras na televisão em uma época em que as cadeiras de âncora do país eram ocupadas principalmente por homens brancos”, diz um dos trechos.

Segundo o jornal, Glória se tornou “um ídolo negro em um país com uma história de profundo preconceito racial”.

Além disso, a jornalista foi lembrada pela capacidade de fazer boas entrevistas.

Dentre as personalidades que já conversaram com ela estão Michael Jackson, Elton John, Nicole Kidman e Madonna.

Glória morreu na manhã do dia 2 de fevereiro, aos 73 anos, vítima de um câncer.

O tratamento que ela fazia para combater as metástases que existiam em seu cérebro deixou de fazer efeito.

Em 2019, ela descobriu um tumor no cérebro, tendo enfrentado o problema com cirurgia e imunoterapia.

Em dezembro passado, a Globo informou que ela estava afastada da TV para tratar da saúde, mas acrescentou que isso já era previsto como parte do tratamento contra o tumor cerebral.

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Vida de Glória Maria

Nascida em 15 de agosto de 1949, no bairro de Vila Isabel, na Zona Norte do Rio de Janeiro, Gloria se formou em jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ).

Aos 16 anos, conquistou o seu primeiro emprego como telefonista.

Na década 60, a jornalista foi princesa do bloco carnavalesco Cacique de Ramos.

No início dos anos 1970, ela teve um relacionamento amoroso com José Roberto Marinho, filho de Roberto Marinho, fundador da Rede Globo.

Em junho de 2009, adotou as meninas soteropolitanas Maria e Laura, que conheceu durante visitas à Organização de Auxílio Fraterno (OAF).

Foto: Reprodução/Instagram/@gloriamariareal

Carreira

Segundo Bira Presidente, com o bloco, Glória se apresentou no programa do Chacrinha, na TV Globo.

Após a apresentação, ela conseguiu um estágio na emissora, já que havia concluído o curso superior.

“O Chacrinha pedia sempre para eu levar a rainha e a princesa do bloco ao programa. Lá, a Glória comentou que precisava fazer um estágio, e ele gostou dela”, recorda Bira.

Em 1970, foi levada por uma amiga para ser radioescuta da Globo do Rio.

Na Globo, tornou-se repórter numa época em que os jornalistas ainda não apareciam no vídeo.

A estreia como repórter foi em 1971, na cobertura do desabamento do Elevado Paulo de Frontin, no RJ.

Glória Maria trabalhou no Jornal Hoje, no RJTV e no Bom Dia Rio.

No Jornal Nacional, foi a primeira repórter a aparecer ao vivo.

A partir de 1986, a jornalista integrou a equipe do Fantástico, do qual foi apresentadora de 1998 a 2007.

Em 2007, ao lado do repórter cinematográfico Lúcio Rodrigues, a jornalista realizou a primeira transmissão em HD da televisão brasileira.

Após 10 anos no Fantástico, Glória Maria tirou dois anos de licença para se dedicar a projetos pessoais, como as viagens à Índia e à Nigéria, onde trabalhou como voluntária.

Nesse período, adotou as meninas Maria e Laura.

Em setembro de 2019, Sérgio Chapelin se aposentou, após 23 anos no Globo Repórter.

A partir daquele mês, Glória Maria dividiu o programa com a jornalista Sandra Annenberg.

Glória Maria foi a primeira repórter negra da televisão brasileira.

Foto: Reprodução/Instagram/@gloriamariareal