A Amazônia, com sua vasta biodiversidade e rica tapeçaria cultural, é o lar de inúmeros mitos que atravessam gerações. No entanto, essas histórias muitas vezes também são sombrias e repletas de terror, para refletir as crenças e valores dos povos que habitam a floresta, revelando um mundo onde o real e o sobrenatural coexistem.

Confira, abaixo, algumas das lendas de terror mais fascinantes e assustadoras da região.

Boiúna: A Cobra Grande

Boiúna, a cobra grande. Foto: Reprodução

A Boiúna, ou Cobra Grande, é uma das criaturas mais impressionantes da mitologia amazônica. Conhecida por sua colossal estatura e por suas habilidades de transformação, dizem que, ao passar por um local, a Boiúna forma igarapés e valas, moldando a paisagem por onde se arrasta.

Além disso, a lenda de terror também a retrata como uma cobra capaz de engolir embarcações e devorar pescadores, transformando-se em uma ameaça real para aqueles que se aventuram nas águas da Amazônia.

As histórias sobre a Boiúna frequentemente incluem relatos de seus filhos, os gêmeos Honorato e Caninana. Enquanto Honorato é descrito como de bom coração, Caninana utiliza seus poderes para naufragar barcos. Essa dinâmica entre os irmãos representa a eterna luta entre o bem e o mal, destacando a importância das escolhas que fazemos.

Matinta Pereira: O Assobio Noturno

Matinta Pereira. Foto: Reprodução

A lenda de Matinta Pereira envolve uma entidade que aparece nas noites silenciosas, frequentemente anunciada por um assobio agudo que perturba o sono dos moradores. Matinta é conhecida pelas transformações noturnas: quando possui asas, torna-se um pássaro que sobrevoa as casas, mas quando não as possui, é acompanhada de um pássaro agourento conhecido como “rasga-mortalha”.

Dizem que, em seus momentos finais, Matinta Pereira faz uma pergunta sinistra: “Quem quer?”. Aqueles que respondem, pensando que estão prestes a receber um presente, podem acabar recebendo a maldição de se tornarem a própria Matinta Pereira. Com poderes sobrenaturais, ela também lança feitiços sobre suas vítimas capazes até de levar à morte

A história alerta sobre os perigos da ambição e do desejo por coisas que não nos pertencem, tornando-a uma lenda profundamente enraizada em lições morais.

Mapinguari: O Guardião da Floresta

Escultura do Mapinguari no Acre.
Escultura do Mapinguari no Acre. Foto: Reprodução/Tácita Muniz

O Mapinguari é uma das lendas mais icônicas da Amazônia, muitas vezes comparado ao Pé-Grande. Descrito como uma criatura monstruosa que pode ultrapassar dois metros de altura, o Mapinguari tem um corpo peludo e um único olho localizado no topo da cabeça.

Ele é temido não só pelo aspecto físico, mas também pela voracidade, pois se alimenta de carne humana e destrói tudo por onde passa.

De acordo com a lenda, o Mapinguari utiliza cascos de tartaruga como armadura e possui uma boca cheia de dentes afiados em seu abdômen. Sua presença é anunciada por rugidos ensurdecedores que ecoam pela floresta, sinalizando que o monstro está à espreita.

Os relatos frequentemente descrevem encontros aterrorizantes entre os moradores locais e o Mapinguari, levando a um profundo respeito e medo em relação à criatura. Sua história, portanto, se torna um alerta para aqueles que desafiam a floresta.