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Lendas amazônicas esquecidas? Descubra quais são

Quando pensamos no folclore amazônico, figuras como o boto e o curupira vêm à mente. No entanto, algumas histórias menos conhecidas acabaram sendo esquecidas ao longo dos anos, como a lenda do açaí. Mesmo assim, elas também fazem parte dessa rica herança cultural.

O folclore é uma expressão coletiva que conecta as tradições culturais e a identidade brasileira, representadas por danças, festas, mitos e lendas populares.

Nesta reportagem, separamos três lendas amazônicas que foram esquecidas, mas que ainda carregam muita tradição.

Lenda da mandioca

Na tribo, a filha do cacique ficou grávida misteriosamente, o que irritou seu pai. No entanto, após um sonho revelador, o cacique decidiu acreditar em sua filha. Assim, nasceu Mani, uma menina querida por todos. Mas um dia, inesperadamente, Mani foi encontrada sem vida pela mãe, que, arrasada, decidiu enterrá-la dentro de sua oca. Todos os dias, ela regava a terra com suas lágrimas.

Após algum tempo, uma planta brotou onde Mani havia sido enterrada. Curiosa, a mãe cavou o solo, encontrando uma raiz branca, que ficou conhecida como “mandioca” – uma junção dos nomes “Mani” e “oca”. Esse tubérculo passou a fazer parte essencial da alimentação, principalmente na região Norte.

Outra versão conta que o pajé da aldeia teve uma visão profética de uma planta desconhecida. Após o sonho, nasceu Mani, uma criança de pele clara, como nenhum índio havia visto. Mani morreu subitamente, e, no local onde foi enterrada, nasceu a mandioca, cuja raiz branca se assemelhava à pele da menina.

Lenda do Sol

A lenda de Kuandú explica o surgimento do sol e sua importância para os povos indígenas. Diz a lenda que Kuandú, pai de três filhos, se tornou o sol após sua morte, assumindo diferentes formas para cada um dos três filhos, que se revezavam para manter a luz do dia.

Após a morte de Kuandú por Juruna, Kuandú, ansioso por vingança, encontrou Juruna encostado em uma palmeira. Em uma tentativa de vingança, Kuandú tentou matá-lo, mas acabou sendo ferido e o mundo escureceu. Na ausência de Kuandú, a tribo enfrentou dias sombrios sem a luz para trabalhar e sobreviver.

A lenda explica que o dia quente e seco representa o filho mais velho em atividade, enquanto dias frios e úmidos são conduzidos pelo irmão mais novo. O filho do meio cuida do dia quando os irmãos estão cansados, criando a alternância entre as temperaturas e o clima.

Lenda do Açaí

Antes da fundação de Belém, no Pará, uma tribo numerosa sofria com a escassez de alimentos. O cacique Itaki, líder da tribo, tomou uma decisão cruel para conter o aumento populacional: decidiu que todas as crianças recém-nascidas seriam sacrificadas. Entretanto, sua própria filha, Iaçã, teve uma criança, que também precisou ser sacrificada.

Iaçã ficou devastada e passou a orar todas as noites, pedindo a Tupã uma solução para alimentar seu povo sem precisar sacrificar vidas inocentes. Em uma noite, Iaçã ouviu um choro e, ao sair da oca, viu sua filha sorrindo ao pé de uma palmeira.

Ela tentou abraçar a menina, que desapareceu misteriosamente. Iaçã, inconsolável, desmaiou e foi encontrada morta no dia seguinte, junto ao tronco da palmeira, com um sorriso no rosto.

No topo da palmeira, o cacique Itaki encontrou pequenos frutos escuros. Eles foram colhidos e amassados, produzindo um vinho avermelhado batizado de “açaí”, em homenagem a Iaçã (a palavra “açaí” é o nome dela ao contrário). Com esse alimento, o cacique Itaki suspendeu o decreto de sacrifício, salvando o futuro de sua tribo.

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