Trinta anos depois, neste dia 1º de maio de 2024, a morte de Ayrton Senna ainda mexe com as emoções de fãs do piloto.

Um diálogo entre ele e Adriane Galisteu foi revelado pela própria namorada da época, durante participação no podcast Ticaracaticast.

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A conversa

Segundo a apresentadora e ex-modelo, ela e Senna falaram por telefone minutos antes do fatídico acidente na curva Tamburello, em Ímola, na Itália.

Galisteu estava em Portugal, quando dialogou com Ayrton momentos antes da corrida. Segundo ela, o brasileiro não queria participar da prova.

“Ele não estava querendo correr e ele ainda falou pra mim: ‘acho que de todas as minhas histórias na pista, é a primeira vez que eu não quero correr’. Ele estava muito bravo […] E aí eu falei para ele, poxa, então não corre, porque se tinha alguém que podia não correr, era ele, não podia ter uma caganeira, gente? Com certeza! Qual é o problema? Eu lembro de ter falado isso para ele no telefone e lembro de ele quase me engolir do outro lado”, lembrou Galisteu.

Ayrton Senna mais irritado

A conversa com Ayrton prosseguiu, de acordo com ela, e o piloto lembrou sobre o fato de ainda não ter pontuado àquela altura do campeonato, quando ocorreria a terceira corrida da temporada.

“Quando eu sugeri para ele ter uma dor de barriga e não correr, ele quase me matou. Ele falou ‘você não sabe fazer conta? […] você viu que eu não pontuei!”, declarou Adriane.

O reencontro que nunca aconteceu

Adriane Galisteu relembrou que antes de desligar o telefone, ela e Senna combinaram de se encontrar momentos depois da corrida.

“Lembro que a última coisa que a gente falou no telefone foi que ele disse ‘quando começar a corrida já vai tomando banho porque eu vou sair daqui direto para o aeroporto. Você me pega’. Ele já tava de mala e de lá ele já ia para o aeroporto”, afirmou.

No último momento antes de saber da morte de Senna, Adriane disse que viu o acidente pela televisão e que por causa da saída repentina da prova, achou que o namorado voltaria mais cedo.

“Quando ele bateu, eu falei graças a Deus! Ele vai chegar mais cedo em casa. Eu fui pro banho”, relembrou.

Adriane desligou a TV e não tinha noção do que aconteceu. Galisteu achou que o acidente não era grave e logo depois do banho voltou a ligar a televisão e percebeu que algo ruim havia acontecido.

A notícia trágica

No aeroporto, no momento em que quase embarcava de Portugal para a Itália, veio a notícia que até hoje emociona, principalmente, brasileiros.

“Aí o avião tá indo. Sabe quando dá aquela acelerada na pista? Antes de decolar, ele [avião] parou. [avisaram] Tem um telefonema na torre pra senhora. Aí eu falei: é ele [Senna], falar pra gente nem ir. Você pode imaginar essa cena? Eu saí do avião, aí eu atendo o telefone, era o Braga [amigo] na torre. Aí o Braga falou, Adriane, vocês estão no avião vindo pra cá, né? Eu falei, é, ele tá aí, tá bem? Ele falou, não, não venha. Eu falei, por que não venha? Ele falou, porque tem mil pessoas se acotovelando na porta do hospital e ele tá morto. Foi exatamente desse jeito. Foi a arrepiada que eu dei, Jesus!”, citou Galisteu.

Adriane ficou em Portugal e depois viajou ao Brasil para acompanhar o enterro do namorado. O corpo de Ayrton Senna chegou ao país dois dias depois sob forte comoção.

Em São Paulo, autoridades políticas, pilotos de Fórmula 1, dirigentes da F1 e milhões de pessoas acompanharam o velório e o cortejo fúnebre pelas ruas da capital paulista. Foi o último adeus ao herói nacional.

Caminhão do Corpo de Bombeiros e escolta transportam o corpo de Senna, assistidos por uma multidão em São Paulo - Foto: Arquivo/Estadão Conteúdo/AE
Caminhão do Corpo de Bombeiros e escolta transportam o corpo do piloto Ayrton Senna, assistidos por uma multidão em São Paulo – Foto: Arquivo/Estadão Conteúdo/AE