Presos de seis presídios do Equador mantêm 57 guardas penitenciários e policiais retidos em protesto contra operações de segurança da força policial nas prisões.
A informação é da entidade reguladora das penitenciárias (Snai).
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Em meio a um dia violento devido às explosões de dois carros-bomba em Quito, a entidade afirmou em comunicado que sete policiais e 50 agentes penitenciários “estão retidos em seis centros de privação de liberdade”, sem entrar em mais detalhes.
Mais cedo, o ministro do Interior, Juan Zapata, havia declarado que todos os guardas estavam retidos na prisão de Cuenca, onde os detentos protestam desde quarta-feira (30) devido à pressão policial.
“Este incidente seria uma resposta dos grupos criminosos às intervenções da força policial nos centros penitenciários do país, cujo propósito é a apreensão de objetos proibidos que são usados em atos violentos”, informou o Snai.
Na quarta-feira, centenas de soldados e policiais realizaram uma operação de busca por armas, munições e explosivos em uma prisão na cidade andina de Latacunga, no sul do Equador, uma das principais do país e cenário de frequentes massacres entre detentos.
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Hipóteses
As hipóteses sobre os reféns têm mudado ao longo do dia.
Inicialmente, o órgão estatal responsável pelas prisões (Snai) afirmou que se tratava de uma retaliação pela “intervenção” das forças de segurança.
Posteriormente, as autoridades indicaram que a retenção é um protesto contra a transferência de detentos para outras prisões.
“Estamos preocupados pela segurança de nossos funcionários”, disse Zapata durante uma coletiva de imprensa em Quito.
Segundo o Snai, “Uma série de ações estão sendo tomadas para recolocar a ordem no sistema penitenciário” com o apoio de militares e policiais.
Gangues ligadas ao tráfico de drogas travam uma guerra pelo poder e usam as prisões como centros de operações.
Diante dos confrontos violentos entre as organizações aliadas a cartéis mexicanos e colombianos nas prisões, o presidente Guillermo Lasso decretou em 24 de julho o estado de exceção em todo o sistema penitenciário por 60 dias, o que permite a presença militar nas prisões.