Faltam exatos 100 dias para o início do maior torneio esportivo do planeta: a Copa do Mundo do Catar.
Nesta edição, de 2022, o Mundial será no fim do ano, e não no tradicional mês de junho, devido às altas temperaturas locais.
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No planejamento inicial a abertura da competição aconteceria no dia 21 de novembro. Entretanto, a Fifa confirmou nesta quinta-feira (11) antecipação para o dia 20 de novembro, no Estádio Al Bayt. O duelo será entre os anfitriões e a seleção do Equador.
Até então já foram vendidos mais de 2,4 milhões de ingressos para a competição.
A população do país sede é de cerca de 2,8 milhões de pessoas. Deste total, apenas cerca de 350 mil são locais. Todos os outros são imigrantes.
Eles são a força de trabalho responsável por colocar de pé as obras de infraestrutura e estádios que tornarão a Copa possível.
O Catar é primeira pátria do Oriente Médio a sediar uma Copa do Mundo.
Desconfiança, corrupção
Jamais uma escolha de sede foi tão tumultuada.
Na rodada final de votos, o Catar bateu os Estados Unidos por 14 a 8.
Entre todas as eleições feitas pela Fifa para determinar um país para receber a competição, nenhuma foi alvo de tantas denúncias de corrupção.
O Catar não é o primeiro país a ter um objetivo que vai além do esportivo ao receber a Copa.
Houve no passado questões de geopolítica (como a Rússia-2018), uso político de uma ditadura (Argentina-1978) e econômicas, claro.
Os organizadores do Mundial russo estimaram que a realização do torneio adicionou US$ 14 bilhões à economia nacional (R$ 72 bilhões pela cotação atual).
O cálculo do governo catari para o evento deste ano é de US$ 17 bilhões (R$ 87,5 bilhões).
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Polo de turismo sustentável
A nação árabe está a 100 dias de dar um passo decisivo em um plano muito maior.
A Copa faz parte do “Catar National Vision 2030”, plano nacional que pretende fazer com que o país seja um polo de turismo sustentável até 2030.
Isso inclui uma estratégia de expandir a economia além da extração de petróleo e gás natural.
As duas riquezas representam mais de 70% das finanças locais e mais de 60% do Produto Interno Bruto.
Também são 85% das exportações do Catar, dono da terceira maior reserva de gás natural do planeta.
O custo total do “Catar National Vision 2030” não foi divulgado, mas parte está na construção da cidade de Lusail, ao lado da capital Doha.
A intenção é que seja um dos cartões de visita da Copa.
O projeto recebeu investimento de US$ 45 bilhões (R$ 231,8 bilhões pela cotação atual).
Nela está incluída o Estádio Icônico de Lusail, que será o palco da final em 18 de dezembro.
A cidade erguida do zero também é alternativa para imigrantes que ganham altos salários e cataris viverem bem ao lado de Doha.
Lusail não foi concebida para imigrantes pobres, que dedicados aos trabalhos braçais da maioria da população no país.
Lusail: sede da final da Copa de 2022 que nasceu no deserto
A cidade de Lusail, que será sede da abertura e da final da Copa do Mundo de 2022, é o grande símbolo do que o governo local pretende mostrar ao mundo ao sediar o torneio: como aliar as tradições do passado a um futuro tecnológico e sustentável.
O local onde foi construído o Estádio Icônico de Lusail, com capacidade para mais de 80 mil pessoas, fica a menos de 20 quilômetros do centro de Doha e, em boa parte do século XX, não passou de uma pequena vila isolada no deserto.
No fim do século passado, entretanto, serviu de moradia para o fundador do país, o xeque Jassim bin Mohammed bin Thani, que lá foi enterrado após a sua morte, em 1913.
A cidade inteligente é talvez o maior símbolo de um programa de desenvolvimento estabelecido pelo governo do Catar em 2008, “Catar National Vision 2030”, que determina metas para tornar o pequeno país um exemplo de modernidade e bem-estar para seus habitantes, roubando a cena entre países como a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos.
Potencial conflito está com a comunidade LGTBQA+ e as mulheres.
O Catar é o local do Golfo Pérsico que oferece mais direitos às mulheres, mas isso não significa muito comparado às nações ocidentais.
No ranking global de igualdade de gêneros, está em 44º.
Doha é uma das cidades do Oriente Médio mais tolerantes socialmente e é comum mulheres andarem na rua com trajes ocidentais.
O desejo de mudar, graças ao Mundial, a visão que os estrangeiros têm do país não alterou o peso da mulher na sociedade.
As leis dão mais peso ao homem nas heranças, no casamento e testemunhos em casos judiciais.
O fator mais controverso é no divórcio e nos direitos sobre os filhos.
As demonstrações de afeto em público são proibidas no Catar. Assim como a homossexualidade.
Assuntos como a recusa de hotéis em receber homossexuais, o veto a bandeiras LGBTQIA+ na Copa do Mundo para “proteger torcedores” e os erros admitidos pelas autoridades locais relacionados à utilização de trabalho escravo geraram uma grande discussão no mundo sobre a realização do torneio no país.
Adversário do Brasil na Copa
Sérvia com artilheiro em alta, Suíça com problemas, e Camarões em início de trabalho de técnico.
Esse é o cenário das três seleções adversárias do Brasil na fase de grupos da Copa do Mundo de 2022, a 100 dias do início do torneio no Catar.
Dessas três seleções, a melhor posicionada atualmente no ranking da Fifa é a Suíça, em 16º lugar.
A Sérvia vem abaixo, em 25º, e Camarões ocupa a 38ª posição.
O Brasil é o atual líder do ranking.
Desde o dia 1º de abril, quando a Fifa definiu os grupos da Copa do Mundo, as duas seleções europeias entraram em campo quatro vezes, e a equipe africana jogou só uma partida. Mas há outras informações sobre os adversários do Brasil na fase de grupos, a 100 dias da Copa.
Sérvia: Mitrovic em alta
Primeira adversária da seleção brasileira no Catar (dia 24 de novembro), a Sérvia perdeu para a Noruega na estreia pela Liga B da Liga das Nações 2022/23, mas depois goleou a Eslovênia (4 a 1), venceu a Suécia (1 a 0) e empatou com a Eslovênia (2 a 2).
Esses quatro jogos foram em junho. No mês que vem, a seleção sérvia encara novamente a Noruega e a Suécia, pelo mesmo torneio.
Quem vive grande momento é o centroavante Mitrovic.
Autor de dois gols no empate do Fulham com o Liverpool, na abertura da Premier League, ele alcançou 44 gols em 45 jogos de liga desde o começo da temporada passada — 15 a mais do que qualquer outro atleta nas quatro divisões da Inglaterra.
Mitrovic é o maior goleador da história da seleção, com 45 gols.
Suíça: lanterna na Nations League
A equipe do técnico Murat Yakin começou muito mal na Liga A da Nations League.
Está na lanterna do Grupo 2, depois de perder para República Tcheca (2 a 1), Portugal (4 a 0) e Espanha (1 a 0).
No último compromisso de junho, conseguiu bater os portugueses por 1 a 0.
A seleção suíça vai encarar no fim de setembro os espanhóis e os tchecos, nesta ordem, mas tem poucas chances de avançar de fase.
Ainda há a previsão de um amistoso contra Gana, no dia 17 de novembro, às vésperas da Copa (estreia dia 24, contra Camarões).
Camisa 10 do time, o meia Granit Xhaka começou bem a campanha pelo Arsenal. Ao que tudo indica, ele também se tornou o vice-capitão do time inglês. Outro nome a se destacar no momento é o atacante Breel Embolo, que se transferiu para o Monaco.
A comissão técnica da Suíça se reuniu no dia 9 de agosto para dar início aos trabalhos da temporada 2022/23.
Camarões: goleiro André Onana na Inter de Milão
Em jogo emocionante contra a Argélia, em março, a seleção africana garantiu a vaga na Copa do Mundo poucos dias antes de saber que cairia no grupo do Brasil.
Desde então, só entrou em campo uma vez, contra Burundi (vitória por 1 a 0), pelas eliminatórias da próxima Copa Africana de Nações — adiada para 2024.
Até a viagem para o Catar, a equipe africana tem prevista mais dois jogos contra a Namíbia, também pela qualificação para a CAN.
Mesmo com prováveis amistosos, serão poucos jogos na bagagem do técnico Rigobert Song, ex-jogador da seleção, que assumiu no início de março.
Alguns de seus principais nomes trocaram de clube na janela de transferências de verão da Europa.
Casos do goleiro André Onana, que foi para a Inter de Milão e do volante André Zambo Anguissa, que foi contratado em definitivo pelo Napoli.
Essa será a terceira vez que o Brasil vai enfrentar Camarões na fase de grupos da Copa do Mundo. As outras duas foram em 1994 e 2014.
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